Na quarta-feira (11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o coronavírus já pode ser considerado uma pandemia. Todo mundo sabe que isso significa que o caso é grave, mas muita gente não faz ideia do que seja uma pandemia.
Da família dos “surtos em bioestatística” temos, além de pandemia, as epidemias e as infecções endêmicas. Qual exatamente é a diferença entre elas?
“Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leve ou descuidada. É uma palavra que, se usada incorretamente, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários”, começou explicando à BBC News, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Rosalind Eggo, especialista acadêmica em doenças infecciosas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, também ajudou a BBC a detalhar exatamente cada nomenclatura.
“A infecção endêmica está presente em uma área permanentemente, o tempo todo, durante anos e anos”, disse o especialista.
No Brasil, um exemplo disso é o vírus que causa a Dengue, contra o qual ainda não existe vacina.
Por sua vez, uma epidemia é “um aumento nos casos, seguido por um pico e depois uma diminuição”.
Em outras palavras, é uma doença que aparece em muita gente de uma mesma região ao mesmo em determinadas época do ano. Os resfriados no inverno são um exemplo.
Finalmente, a pandemia é uma epidemia que ocorre “ao redor do mundo aproximadamente ao mesmo tempo”.
À BBC, Eggo deu como exemplo a gripe A, ou gripe suína, como ficou mais conhecida. Ela começou no México, em 2009, e mais tarde chegou ao mundo inteiro.
A especialista lembra que a maior mobilidade das pessoas ao redor do mundo – diante do crescimento no número de viagens internacionais – são a principal causa pela qual uma pandemia pode ser desencadeada.
Entretanto, para dimensionar os verdadeiros resultados de uma infecção pandêmica, é preciso esperar pesquisas que podem levar de 1 a 3 anos para serem concluídas.
Por isso, nunca se esqueça de se proteger para não acabar infectado. Atualmente, 53% das pessoas que contraíram o coronavírus conseguiram se curar, mas ainda é cedo para saber se haverá um efeito rebote.