A coligação partidária do presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou com um processo contra o Partido dos Trabalhadores (PT), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ação, protocolada nessa segunda-feira (10), a equipe de Bolsonaro pede que o PT pare de usar uma fala fora de contexto do presidente.
O vídeo em questão seria o de uma fala de Bolsonaro sobre uma determinada nação indígena brasileira que comeria seus mortos em um ritual de antropofagia.
De acordo com a equipe jurídica da coligação de Bolsonaro, o Partido dos Trabalhadores teria usado as imagens para criar uma Fake News que afirma que o presidente teria cometido canibalismo.
“Os representados não só veicularam a inserção vedada, como intensificaram a exibição nos blocos de maior audiência no domingo, obtendo a melhor audiência para públicos de menor renda e menos escolarizados, de modo a potencializar os efeitos da inverdade e da ofensa imposta aos representantes”, dizem os advogados de Bolsonaro.
A campanha de Bolsonaro pede ao ministro do TSE que proíba “as veiculações de todas as propagandas em rede de televisão dos representados até que se comprove, nestes autos, o efetivo cumprimento da ordem de não exibição da propaganda vedada”.
Decisão
Em resposta ao processo, o ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, do TSE, determinou a retirada do ar da propaganda eleitoral.
“Em análise superficial, típica dos provimentos cautelares, verifica-se que, como alegado, a propaganda eleitoral impugnada apresenta recorte de determinado trecho de uma entrevista concedida pelo candidato representante, capaz de configurar grave descontextualização”, diz o ministro.
Outro lado
O Partido dos Trabalhadores afirma que não criou fake news nenhuma já que não manipulou o video da fala do presidente.
Dessa forma, a interpretação ficaria ao encargo de cada telespectador.