Ednilson Aguiar/O Livre
A Prefeitura de Cuiabá deve contratar ainda neste ano uma empresa que apresente um estudo de revitalização do transporte coletivo da capital. A ideia é que ela aponte novos itinerários para os ônibus, uma nova forma de gerenciamento da bilhetagem, além de propostas de revitalização do sistema como um todo.
De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), os dados servirão como uma base para a prefeitura refazer a concessão do serviço. Titular da pasta, Antenor Figueiredo afirma que o último estudo deste tipo foi realizado há 20 anos.
Segundo o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), a frota de ônibus de Cuiabá hoje é composta por aproximadamente 400 veículos, sendo que cerca de 350 operam no dia a dia e outros 50 são carros reserva.
A licitação do transporte coletivo da capital já havia sido deixada pronta pela gestão Mauro Mendes (PSB), que encerrou em dezembro passado. Mas, assim que assumiu o Palácio Alencastro, Emanuel Pinheiro suspendeu o processo alegando a necessidade de adequação do projeto básico.
No final de maio, um novo decreto assinado pelo peemedebista prorrogou a suspenção. Entre as adequações que o prefeito afirma serem necessárias está a integração dos ônibus com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cujas obras ainda não têm previsão de quando serão retomadas.
Frota de ônibus de Cuiabá tem 400 veículos; último estudo foi feito há 20 anos
A expectativa de Antenor Figueiredo é que o estudo desta empresa que será contratada fique pronto ainda neste ano. No entanto, por meio da assessoria, a Semob não soube precisar se o relatório vai considerar o VLT ou não.
No último dia 18, durante reunião com o secretário de Estado de Cidades, Wilson Santos, o prefeito Emanuel Pinheiro se queixou da demora quanto à definição da retomada das obras do VLT.
Na oportunidade, o peemedebista afirmou que vem sendo impedido de tomar decisões por conta do impasse e citou a licitação do transporte coletivo como um exemplo.
Segundo Antenor Figueiredo, a meta do município é fazer uma nova concessão ainda em 2018. As empresas que prestam o serviço atualmente têm contratos válidos até 2019.
Todas estas previsões constam em um relatório elaborado pela Semob em resposta a uma solicitação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que cobrou melhorias para o setor. O texto chega no início desta semana na Procuradoria Geral do Município (PGM) para uma revisão, antes de ser encaminhado à Corte.
Abrigos e tarifa reduzida
Entre as medidas que a prefeitura já prevê – independente do estudo que será contratado – estão a criação de mais 800 abrigos nos cerca de 2,2 mil pontos de ônibus que existem na capital e a possibilidade de o município retomar a gestão da bilhetagem eletrônica. Atualmente, quem gerencia o sistema é a Associação Municipal Transportes Urbanos (AMTU).
Emanuel Pinheiro sustenta ainda interesse em manter medidas como a redução da tarifa em 50% nos feriados nacionais e municipais, além das linhas expressas, que ligam os bairros mais distantes ao centro de Cuiabá.
“Já criamos a [linha] do Pedra 90, a do Osmar Cabral, a do Parque Cuiabá e nesta segunda-feira (31) vamos lançar a do Itapajé. Essas linhas beneficiam centenas de trabalhadores que passavam, às vezes, até 1h30 dentro de um ônibus. Hoje esse tempo se reduziu para 30 minutos, no máximo, 40 minutos”, diz.