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Preço competitivo do álcool em MT é fruto de modelo ligado ao agronegócio

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Preço competitivo do álcool em MT é fruto de modelo ligado ao agronegócio

O álcool produzido em Mato Grosso vem se mantendo barato nos últimos 10 anos. Além do consumo interno, a produção do Estado também abastece a região Norte no país, sendo vendida em Rondônia, no Acre, no Amazonas no Pará e em São Paulo.

Na última pesquisa divulgada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o álcool nos postos de combustíveis do Estado era vendido a R$ 2,37, em média. Em São Paulo, Estado que rivaliza na produção com Mato Grosso, o combustível era cotado a R$ 2,48 no mesmo período.

Ednilson Aguiar/O Livre

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De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool-MT), Jorge dos Santos, a competitividade é fruto de um modelo ligado ao agronegócio, com alta produtividade nas lavouras de cana e também com ampla participação do milho na produção do álcool.

As 10 usinas produtoras em Mato Grosso são, em geral, ligadas a grupos do agronegócio que atuam de forma diversificada, produzindo também grãos.

O sorgo de milho, por exemplo, tem sido utilizado para a produção de combustível em Mato Grosso. “Basicamente se tiver alguma quantidade de açúcar, o grão ou vegetal pode ser utilizado para produzir o álcool”, resume Jorge.

Ao todo, Mato Grosso tem 238 mil hectares plantados de cana-de-açúcar, dos quais 218 mil hectares devem ser utilizados para a produção de álcool e açúcar na safra 2017/2018. A previsão é de que 1,06 milhão de metros cúbicos do combustível, tanto em forma de anidro como hidratado, saiam das usinas mato-grossenses nos próximos meses.

O Estado atualmente se encontra no limite em termos de mercados a serem atingidos. Novas regiões consumidoras não estão no horizonte próximo, especialmente por causa do alto custo para que o combustível produzido aqui chegue a lugares como o centro de distribuição de Paulínia, em São Paulo.

Nos últimos anos, especialmente durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o setor passou por dificuldades no país. Devido aos congelamentos nos preços praticados pela Petrobrás promovidos pelo Governo Federal, as indústrias sucroalcooleiras sofreram perdas, chegando a um endividamento da ordem de R$ 80 bilhões.

Cerca de 80 usinas fecharam em todo o país no período. Em Mato Grosso, contudo, pela ligação direta com a produção de milho, o setor se manteve estável. O diretor do Sindalcool afirma que o único caso de usina de álcool com graves problemas financeiros nos últimos anos ocorreu por problemas internos de gestão.

Setor pede reformas
O Sindalcool defende a necessidade de reformas na taxação do álcool e da cana no Estado. Até meados deste ano, a Assembleia Legislativa discutia uma Reforma Tributária, com medidas específicas para cada setor.

O projeto, contudo ficou paralisado depois que a Câmara dos Deputados começou a debater uma Reforma Tributária para todo o país. A proposta nacional é que os impostos atuais sejam extintos e substituídos por um imposto sobre o valor agregado de competência estadual, chamado de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), e um imposto sobre bens e serviços específicos (Imposto Seletivo), de competência federal.

“Dois eixos estavam sendo discutidos em Mato Grosso. Um relativo à burocracia na cobrança dos tributos e outro com relação à carga tributária. Para que avancemos no segundo ponto é preciso esperar a reforma do Congresso. Mas as reformas burocráticas poderiam estar andando”, diz Jorge dos Santos. “Mesmo aspectos filosóficos dessa reforma no Estado ficaram parados com as crises que a gestão estadual vem enfrentando”.

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