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Peixeiros improvisam feira e cobram novo espaço

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Peixeiros improvisam feira e cobram novo espaço

Ednilson Aguiar/O Livre

Peixeiro Argemiro Arruda

Na rua: Argemiro Arruda, de 56 anos, trabalha há 36 vendendo peixe na região do Praieirinho

Os vendedores de peixe da região do bairro Praieirinho, em Cuiabá, já improvisaram uma feira a poucos metros do imóvel particular de onde foram retirados, na quarta-feira (25). Os trabalhadores alegam que o espaço recentemente ocupado foi prometido pela Prefeitura há três meses, durante reunião com o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB).

“O prefeito falou que ia ver direito, que ia ver a praça, que ia fazer as coisas certas para fazer o mercado aqui. Depois da reunião ele nos mostrou até uma planta de como ficaria, só falta começar a fazer o mercado mesmo, nós estamos na mão da Prefeitura”, explicou Argemiro Arruda, um peixeiro de 56 anos que coordena a construção da nova feira.

A ideia dos comerciantes é fazer com que a prefeitura tome uma medida emergencial para solucionar o problema. Eles já levantaram parte da estrutura do barracão da feira improvisada. A partir desta quinta-feira (26), o trabalho deve voltar ao normal e o peixe será vendido lá mesmo, no barracão de madeira recém-construído.

“A gente depende disso, a nossa subsistência está aqui. São 36 famílias que dependem diretamente do peixe, nós estamos preocupados. E agora vai ter que arrumar o local, fazer as coisas, o prejuízo vai vir agora”, falou José Maciel Araújo, de 51 anos, um dos líderes dos trabalhadores.

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Retirada
Os peixeiros, que se autodenominam “banqueiros”, foram retirados de um imóvel na Avenida Beira Rio. Cerca de 36 trabalhadores tiveram que deixar o local – e a estrutura da feira que funcionava por lá foi demolida pela Polícia Militar. A força policial atendeu a uma decisão do juiz Wladys Roberto Freire do Amaral, da 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública da Capital. 

O magistrado acatou um pedido do proprietário da área, que entrou com uma ação judicial contra a Prefeitura pelo não pagamento do aluguel do terreno. Eles trabalhavam no terreno desde 2006, quando foram retirados do canteiro central da Avenida Beira Rio pelo poder público, com a promessa de que ficariam no imóvel provisoriamente, até que fosse encontrado um lugar melhor para realocá-los.  

Ednilson Aguiar/O Livre

Imóvel onde funcionava feira do peixe é demolido

Desde 2006, a feira do peixe funcionava no imóvel que foi demolido pela Polícia Militar

Outro lado
Em nota enviada à imprensa, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Juares Samaniego, afirma que a desocupação da área ocorreu porque o proprietário não teve interesse de renovar o contrato de aluguel com a Prefeitura. 

O secretário diz que a desocupação da área não está relacionada a nenhuma ação da atual gestão municipal. O município afirmou também estar “à disposição” dos comerciantes para solucionar a questão. Veja a nota completa: 

“O secretário explica que a gestão foi procurada por uma comissão, representando a Associação dos Peixeiros, para tentar intermediar a permanência na área, porém, o proprietário da área manifestou não ter interesse em renovar o contrato com o município.

O secretário de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Vinicius Hugueney, disse que os peixeiros não fazem parte do grupo de permissionários das feiras municipais.

Diante do impasse, a Prefeitura ainda se colocou à disposição para que os vendedores não perdessem a oportunidade de comercializar os produtos, ainda mais em um momento de crise financeira enfrentada em todo o país.

A Prefeitura continua aberta ao diálogo com os comerciantes para que se encontre uma alternativa de uma área pública nas proximidades e que os trabalhadores não fiquem sem renda.”

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