Política

O que acontece se as contas de Emanuel Pinheiro forem reprovadas?

Processo deve dominar o debate na Câmara, mas a situação é a favor de prefeito

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O que acontece se as contas de Emanuel Pinheiro forem reprovadas?
(Foto: Reprodução/Luiz Alves/Secom Cuiabá)

Os vereadores de Cuiabá irão julgar no começo do ano as contas de 2022 do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Eles terão 60 dias para decidir se acatam ou não o parecer de reprovação do Tribunal de Contas do  Estado (TCE).

O debate deve dominar as sessões parlamentares no primeiro trimestre e ser usado como moeda eleitoral dos vereadores, que vão concorrer a um novo mandato.

(Sem) Pressão

Os efeitos para o prefeito não serão imediatos. O professor de direito constitucional Hélio Ramos diz que o parecer do TCE não tem poder jurídico definitivo.

“O Tribunal de Contas é um órgão de orientação ao Poder Legislativo. Ele não aprova ou reprova as contas, dá um parecer contra ou a favor. Quem vai decidir são os vereadores”, explica.

A Lei das Inelegibilidades estabelece que qualquer gestor público perca os seus direitos políticos se as contas de governo forem reprovadas.

O tempo de suspensão pode chegar a 8 anos. É a punição mais severa, e a aplicação depende de uma regra da Lei de Improbidade Administrativa. A mais branda fica geralmente em 5 anos.

“A nova lei tem uma regra que diz que deve ser comprovado o caráter de dolo no crime, ou seja, a intenção do gestor de cometer o crime. Isso é algo difícil de ser identificado”, diz Hélio Ramos.

O professor diz que a combinação de leis abre espaço para a judicialização. Deve ser o recurso utilizado por Emanuel, se houver uma virada de maré na Câmara.

Ao longo dos 2 mandatos, os vereadores arquivaram vários pedidos de processos contra o prefeito. Os conteúdos dos pedidos levam por etapas à dívida de R$ 1,2 bilhão.

Pela estimativa média, Emanuel Pinheiro conseguiria encerrar seu mandato sem a pressão de um novo processo. O prefeito já responde em outros casos por indícios de irregularidade na gestão.

Tomada de contas

O TCE pode abrir um processo  de julgamento paralelo se considerar que a gestão de Emanuel Pinheiro causou e continua gerando prejuízo ao cofre público.

O mecanismo é conhecido como tomada de contas. Ele é uma medida excepcional para ressarcir-se os prejuízos.

O processo tem rito próprio e é instaurado somente depois de esgotadas as medidas administrativas. O Ministério Público também tem autonomia para pedir esse tipo de julgamento.

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