Cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa… Os boletos não dão trégua. A notícia boa, contudo, é que o número de famílias endividadas caiu pela segunda vez consecutiva no Brasil.
A comemoração deve ser modesta. Isso porque, o percentual passou de 67,2% em setembro para 66,5% em outubro. Os dado são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Os sinais de melhora do índice, que chegou a alcançar a maior proporção da série histórica em agosto (67,5%), são reflexo da melhor perspectiva econômica, segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
“No entanto, ainda predominam incertezas sobre a sustentabilidade da retomada no médio prazo, principalmente quanto à capacidade de recuperação do mercado de trabalho e ao cumprimento das metas fiscais”, alerta.
Com relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua no topo da lista. É o vilão para 78,5% das famílias. Na sequência, aparecem os carnês (16,4%) e o financiamento de veículos (10,7%). Em média, as famílias brasileiras comprometem 30% de sua renda com dívidas.
Inadimplência segue tendência de queda
O total de famílias com dívidas ou contas em atraso também apresentou a segunda redução consecutiva. O indicador passou de 26,5%, em setembro, para 26,1%, em outubro. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, a proporção cresceu 1,2 ponto percentual.
A parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes também teve ligeira retração, passando de 12%, no mês passado, para 11,9%, em outubro. No mesmo período de 2019, o indicador havia alcançado 10,1%.