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No Dia do Amigo, relembramos amizades que não resistiram à política

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No Dia do Amigo, relembramos amizades que não resistiram à política

Acho que todos já ouviram a famosa frase “Amigos, amigos, negócios à parte”. Muitos filósofos tentaram definir o que é amizade. Platão afirmava que era uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro. Aristóteles escreveu que a amizade não é apenas necessária, mas também é nobre.

Neste dia 20 de julho, em que se comemora o Dia do Amigo no Brasil, o LIVRE resgatou algumas amizades que não resistiram ao passar dos grampos do tempo e das delações.

Lula x João Santanta
Um dos episódios mais emblemáticos da Lava Jato ocorreu nas primeiras delações. O marqueteiro e amigo “fiel” do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ao Ministério Público que as dívidas da campanha presidencial eram pagas com dinheiro de caixa 2.

E mais: que Lula e Dilma Rousseff sabiam de tudo. Santana traiu de vez o amigo quando delatou que o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, dizia que decisões definitivas sobre pagamentos dependiam da “palavra final do chefe”, uma referência a Lula. A partir daí, foi cada um por si.

EBC

Lula e João Santana

 João Santana e Lula: cada um por si

Pedro Taques x Mauro Zaque
Era uma sólida amizade, de mais de duas décadas. Era assim que o governador Pedro Taques (PSDB) se referia à relação com o promotor de Justiça Mauro Zaque, que foi seu secretário de Segurança Pública. Até que, em maio deste ano, Zaque levou a público acusações de que homens de confiança do governador montaram um esquema de grampos ilegais.

Com isso, muitos desentendimentos entre eles vieram à tona. O ex-secretário pediu que Taques exonerasse o então comandante-geral da Polícia Militar, Zaqueu Barbosa, e nomeasse José Antonio Borges como procurador-geral de Justiça. O governador classificou os episódios como chantagem, mas não esclareceu quais teriam sido as ameaças recebidas. Como não teve seu pedido atendido, passados doze meses, Zaque deixou o staff. 

Ednilson Aguiar/O Livre

Pedro Taques x Mauro Zaque

Mauro Zaque e Pedro Taques: amizade desde a operação Arca de Noé

Mauro Savi x José Riva
Quando o deputado Mauro Savi (PSB) foi ouvido pela juíza Selma Arruda em fevereiro de 2016, ele deixou claro para a magistrada que era amigo pessoal do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (sem partido). Passados dois meses, foi a vez de Riva falar. Além de confessar o recebimento de propina, ele fez graves revelações contra colegas, inclusive contra Mauro Savi. Na ocasião, o ex-presidente da Assembleia garantiu que Savi também recebeu parte dos R$ 4,5 pagos como propina para a liberação de R$ 9,4 milhões para que a Assembleia pagasse uma dívida ao HSBC. 

Em outubro do mesmo ano, outra surpresa: ambos foram denunciados pelo Ministério Público e pelo Gaeco por fraudar o Sisflora (Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais) na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). A fraude, se comprovada, pode ultrapassar os R$ 100 milhões. Já dizia Confúcio, “para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade”.

Ednilson Aguiar/O Livre

Mauro Savi x Riva

Riva e Mauro Savi: mensalinho no meio

Silval Barbosa x Walace Guimarães
Durante depoimento à juíza Selma de Arruda, da 7ª Vara Criminal, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) ficou em dúvida se chamava de “amigo” um velho companheiro de partido. Para uma plateia de jornalistas, advogados e juristas, ele titubeou ao se referir ao ex-deputado e ex-prefeito de Várzea Grande Walace Guimarães (PMDB).

“O prefeito e deputado Walace é um amigo… era um amigo… Não, é um amigo, que eu já conhecia de outras eleições. Ele chegou no meu gabinete e falou sobre a campanha de 2012”, lembrou o ex-governador. Walace é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de participação em um esquema de fraude em licitação de gráficas que emitiram notas frias ao governo do Estado. Foram contratados R$ 5 milhões em serviços gráficos e parte dos recursos foi desviada para pagamento de dívidas de campanha, segundo o MPE. Os crimes imputados ao grupo liderado por Silval são investigados na segunda e na terceira fase da Operação Sodoma. Parece que a amizade esfriou…

Ednilson Aguiar/O Livre

Silval x Wallace Guimarães

Wallace Guimarães e Silval: amigos ou não?

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