Variedades

Muito mais intensa e rock’n roll, Marcela Mangabeira canta Gal em show no Cine Teatro

6 minutos de leitura
Muito mais intensa e rock’n roll, Marcela Mangabeira canta Gal em show no Cine Teatro
Domínio do palco e vigor na performance realçam identidade musical da cantora (Foto: Márcio Monteiro)

Dosando a potência e a leveza, a cantora-intérprete Marcela Mangabeira retorna aos palcos com novo projeto, aclamado pela crítica e pelo público. O espetáculo Sobregal, que estreou no Rio de Janeiro, chega também ao palco do Cine Teatro Cuiabá, em apresentação única no dia 21 de setembro, às 20h30. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro ou, ainda, via site Guichê Web.

Acompanhada por músicos experientes, Marcela revisita a obra de uma cantora que é uma verdadeira força da natureza e que possui espaço privilegiado dentre os grandes nomes da Música Popular Brasileira: Gal Costa. “Esse projeto me trouxe uma expressão artística que até então eu não tinha conseguido colocar em outro trabalho: tem música e teatralidade”.

De acordo com críticos que já conferiram o trabalho, os olhares do público são fortemente atraídos pela voz e performance hipnotizantes de Marcela, como se ela estivesse sob influência da presença subjetiva e sob o domínio do olhar firme e atraente de Gal. E é assim que surge uma nova Marcela. “Muito mais intensa e rock´n roll”.

Ao longo da carreira, Marcela, que em 1999 fez seu primeiro show com produção mais elaborada reverenciando outro grande nome da MPB, Caetano Veloso [no espetáculo Caetanamente apresentado no Teatro da UFMT], transitou por algum tempo pelo universo jazzístico contemporâneo.

Destacou-se ao mergulhar fundo nos sons que advém da fusão da música eletrônica com a bossa nova, acompanhando a banda Bossacucanova – de um dos pioneiros do gênero, Roberto Menescal – em turnês pela Europa e ainda, com o trabalho solo em viagens que realizou até 2016 pela Ásia, em especial, China e Tailândia.

Na incursão que tem feito pelo trabalho de Gal Costa – afinal, como Marcela ressalta, o projeto é work in progress – ela não optou por reproduzir canções, mas sim, por imprimir sua identidade, desconstruir para ressignificar e assim, trazer novo frescor ao repertório definido com ajuda do diretor musical, Ivo Senra. Nos sintetizadores, ele é uma das peças-chave do power trio que fecha com Elisio Freitas (guitarra) e Lourenço Vasconcellos (bateria).

Foto Márcio Monteiro

“Este é um trabalho colaborativo. Ivo tem uma contribuição muito grande. Os arranjos que produziu fizeram toda a diferença. Eles exploram novas possibilidades, partindo de um olhar pessoal e particular. Fizemos um espetáculo criativo e instigante que não tem propósito de ser cronológico ou didático, mas que traga uma faceta diferente das canções, rearranjadas com muita liberdade e atitude”, diz em entrevista ao LIVRE.

A inspiração para o novo projeto vem da infância. Segundo Marcela Mangabeira, o apreço pelas canções da versátil Gal, veio da vivência com sua mãe, que a ouvia bastante. “São canções que são referência para mim e que eu gravaria, facilmente. Elas têm um discurso atual, são universais”, enfatiza.

Marcela diz que ainda não rolou nenhum feedback de Gal, ainda mais por conta do comportamento reservado da cantora. “Tenho expectativas de que possamos trocar impressões quando o espetáculo chegar até São Paulo”.

Mas o que mais importa ao público cuiabano e que ele irá reencontrar uma nova Marcela. “Fico muito feliz de poder voltar a Cuiabá, cidade onde morei boa parte da vida”, diz a recifense radicada no Rio de Janeiro. “Mas é bom ressaltar que toda vez que volto, dei um passo mais à frente. Sempre foi assim e este é o caso. Me sinto na obrigação de mostrar meus avanços à essa plateia. Devo muito à cidade”.

Pelo visto, em sua condição feminina, tanto Marcela quanto Gal também correspondem na vontade de se reinventar. À ocasião da comemoração pelos 50 anos de carreira, Gal havia dito em entrevista sobre as constantes rupturas e mudanças, do estilo joãogilbertiano até o rock´n´roll, passando pelo Tropicalismo, dentre tantas renovações. A jovem Marcela também segue em busca de novas experiências, com o mesmo frescor com que Gal Costa segue se renovando. Sem dúvida, é oportunidade importante para que os fãs cuiabanos possam registrar a nova fase de Marcela, mais experiente e com presença de palco que impressiona.

Foto: Karla Pessôa

Confira o repertório do show:

  1. Assum branco (José Miguel Wisnik, 1997) – Música gravada por Gal Costa no álbum Aquele frevo axé (1998)
  2. Passarinho (Tuzé de Abreu, 1973) – Música gravada por Gal Costa no álbum Índia (1973)
  3. Mamãe, coragem (Caetano Veloso, 1968) – Música gravada por Gal Costa no álbum Tropicália ou Panis et Circensis (1968)
  4. O quereres (Caetano Veloso, 1984) – Música gravada por Gal Costa no álbum Mina d’água do meu canto (1995)
  5. Sua estupidez (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1969) – Música gravada por Gal Costa no álbum Fa-Tal – Gal a todo vapor (1971)
  6. Eu te amo (Caetano Veloso, 1976) – Música gravada por Gal Costa no álbum Doces Bárbaros (1976)
  7. Roda baiana (Ivan Lins e Vitor Martins, 1981) – Música gravada por Gal Costa no álbum Fantasia (1981)
  8. Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957, com letra de Hermínio Bello de Carvalho, 1979) – Música gravada por Gal Costa no álbum Gal tropical (1979)
  9. Bem bom (Eduardo Gudin, Arrigo Barnabé e Carlos Rennó, 1985) – Música gravada por Gal Costa no álbum Bem bom (1985)
  10. Língua do P (Gilberto Gil, 1970) – Música gravada por Gal Costa no álbum LeGal (1970)
  11. Onde está o dinheiro? (José Maria de Abreu, Francisco Matoso e Paulo Barbosa, 1937) – Música gravada por Gal Costa no álbum Profana (1984) / Brasil (George Israel, Nilo Romero e Cazuza, 1988) – Música gravada por Gal Costa para a trilha sonora da novela Vale tudo (1988) / Presente cotidiano (Luiz Melodia, 1973) – Música gravada por Gal Costa no álbum Índia (1973)
  12. Revolta Olodum (José Olissan e Domingos Sérgio, 1989) – Música gravada por Gal Costa no álbum Gal (1992)
  13. Dê um rolê (Moraes Moreira e Luiz Galvão, 1971) Música gravada por Gal Costa no álbum Fa-Tal – Gal a todo vapor (1971)
  14. Baby (Caetano Veloso, 1968) – Música gravada por Gal Costa no álbum Tropicália ou Panis et Circensis (1968)

Fonte/repertório: G1 – Coluna Mauro Ferreira

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes