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MT e MS deixam rivalidade de lado em prol da certificação da carne pantaneira

Queijo canastra, café da Serra da Mantiqueira e, por que não, Carne do Pantanal?

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MT e MS deixam rivalidade de lado em prol da certificação da carne pantaneira

A expectativa dos pecuaristas pantaneiros é que no próximo ano saia a tão sonhada certificação da carne sustentável do Pantanal. A classificação vai deixar de lado a rivalidade entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e os produtores rurais acreditam que, a partir de um selo gráfico, haja mudanças positivas em algumas fases da cadeia de produção e ainda na exportação de um produto chancelado como singular pela sua história e também forma de manejo.

No processo, além de conquistar mercados, os proprietários rurais de Mato Grosso pretendem se fortalecer e combater o seu principal rival, o êxodo das famílias produtoras tradicionais, que deixam suas terras por conta dos custos de produção, derrocada dos pastos nativos e burocracias ambientais. Em um cenário como esse, agregar valor ao produto – ou vender mais caro – é sempre algo bem-vindo.

O projeto ainda está em desenvolvimento e vai passar por uma série de etapas que definirão os critérios para participação deste grupo, que tende a ser seleto no início, mas depois, conforme os resultados, pode ser ampliado. A princípio, as propriedades certificadas serão as participantes do projeto Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS), que atualmente tem 15 fazendas participantes em MT, mas no próximo ano será expandido para 60.

Imagem Ilustrativa

Entre os diferenciais do produto produzido no Pantanal está o sabor e também inclusão de fatores socioambientais, com o respeito ao bioma, a preservação e a dinâmica cultural.

A representante do Sindicato Rural de Poconé e integrante do grupo Guardiões do Pantanal, Daniela Campos, participou de uma visita técnica, no começo de novembro, ao Rio Grande do Sul para conhecer a Apropampa – uma associação de produtores que conseguiu registrar a carne proveniente dos pampas gaúchos.

Lá, ela identificou a necessidade de se construir critérios exequíveis para acesso ao selo e observou que a certificação atingiu outros pontos da produção. A união, que a princípio seria de logística e marketing, se expandiu para tecnologias e, algumas delas, Daniela acredita que podem ser usadas aqui, desde que tenha respaldo da Empresa Brasileira de Estudos Agropecuários (Embrapa) e sejam aprovadas pelo órgão ambiental.

Um deles seria o uso de outros tipos de vegetação, consorciada ao capim nativo, para garantir a alimentação do gado durante o período em que a sazonalidade impõe a redução dos pastos. Um sistema que já está em estudo pela Embrapa Pantanal.

O projeto

O projeto é coordenado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Embrapa Pantanal. Tem a parceria do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e Sindicatos Rurais.

Começou em 2018 e consiste em fazer diagnósticos ambientais, sociais e econômicos em cada uma das 15 propriedades rurais assistidas, localizadas em cinco municípios do estado: Poconé, Cáceres, Rondonópolis, Itiquira e Barão de Melgaço.

O objetivo do projeto é: promover a regularização das propriedades; aumentar a eficiência e a rentabilidade através da gestão financeira; melhorar os índices zootécnicos de produção e sanidade; melhorar a qualidade de vida do pantaneiro; prevenir acidentes de trabalho através de capacitação dos funcionários; e promover o manejo eficiente da pastagem nativa e poder utilizar a exótica.

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