O Ministério Público de Mato Grosso denunciou 22 pessoas pela suposta formação de cartel nas compras da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Dentre eles está a secretária-adjunta de Gestão Hospitalar Caroline Campos Dobes Conturbia Neves.
O pedido do Ministério Público à Justiça é que os denunciados devolvam R$ 57,5 milhões que teriam sido movimentados criminalmente; e no caso dos servidores públicos, que as nomeações aos cargos sejam anuladas.
Eles foram denunciados pelos crimes de peculato, organização criminosa e fraude em licitação. A Operação Espelho foi deflagrada em 2021 com a investigação a indícios de fraudes e desvio de dinheiro em contratos da SES com uma empresa que fornecia médicos ao Hospital Metropolitano de Várzea Grande.
Na apuração, a Polícia Civil descobriu que a mesma empresa faria parte de um grupo de concorrentes em licitações da SES que teriam montado um cartel para vencer as licitações via fraudes.
Mais de 10 empresas são investigadas por suspeita de participação no cartel. O esquema teria recebido o pagamento de R$ 90 milhões, sem contrato ou sem licitação, de janeiro de 2020 a março de 2023.
Além de Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, dois servidores são investigados. Veja os nomes dos outros denunciados.
Investigados apontados como líderes da suposta organização criminosa
Alberto Pires de Almeida (empresário)
Bruno Castro de Melo (empresário)
Catherine Roberta Castro da Silva Batista Morante (médica)
Euller Gustavo Pompeu de Barros Gonçalves Preza (médico)
Luiz Gustavo Castilho Ivoglo (empresário)
Osmar Gabriel Chemin (empresário)
Renes Leão Silva (empresário)
Demais investigados
Alexsandra Meire Perez
Carine Quedi Lehnen Ivoglo (empresária)
Elisandro de Souza Nascimento Gabriel Naves Torres Borges (empresário)
José Vitor Benevides (médico)
Luciano Florisbelo (médico)
Marcelo de Alécio Costa (servidor público)
Márcio Matsushita (médico)
Maria Eduarda Mattei Cardoso
Miguel Moraes da Cruz Suezawa
Nabih Fares Fares (médico)
Pâmela Lustosa Rei (médica)
Samir Yoshio Matsumoto Bissi (empresário)
Sérgio Dezanetti (médico)
O OUTRO LADO
Em nota, a SES disse que a adjunta Caroline Dobbes pediu voluntariamente seu afastamento da secretaria de gestão hospital. Disse ainda que, em 2020, após receber denúncia anônima de irregularidade, pediu auditoria e suspendeu pagamento de R$ 900 mil à empresa investigada.
Leia íntegra da nota:
Sobre a denúncia da Operação Espelho, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) esclarece que:
1. Em 2020, após o recebimento de denúncia anônima sobre irregularidades na execução de plantões médicos no Hospital Metropolitano, a SES solicitou auditoria que constatou irregularidades no valor de R$ 229 mil, rescindindo os contratos. Na época, a Secretaria reteve da empresa o pagamento de R$ 900 mil. Portanto não houve prejuízo ao erário;
2. A secretária adjunta de gestão hospitalar, Caroline Dobes, servidora de carreira com 16 anos de serviços prestados à administração pública, solicitou afastamento do cargo por livre iniciativa e irá demonstrar em juízo a sua inocência.
