Um acidente na Avenida Antártica, em Cuiabá, no início da noite dessa segunda-feira (19), causou a morte de Aline Simone Jordão da Silva, 34 anos, que estava gestante de oito meses, e de seu bebê.
O motorista do outro veículo foi preso em flagrante por estar dirigindo embriagado. Testemunhas que estavam no local tentaram linchá-lo, mas foram impedidas pela polícia. Pouco depois da prisão, no entanto, ele foi liberado, após pagar fiança de R$ 7 mil.
O acidente
Aline estava com o marido, o comerciante Alberto Junior de Arruda Silva, 43 anos, em um Chevrolet Ônix branco, quando o veículo foi atingido por um Fiat Argo branco, dirigido por um corretor de imóveis de 27 anos.
Segundo o boletim de ocorrência, a análise da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran) apontou que o corretor de imóveis seguia sentido bairro/centro quando, ao chegar na curva em frente à Chácara Rio Verde, invadiu a pista contrária e bateu de frente com o Ônix dirigido pelo comerciante, que seguia sentido centro/bairro.
Com o impacto, Aline precisou ser socorrida em estado gravíssimo até o Hospital Santa Helena, pois estava grávida de oito meses. No local, foi realizada uma cirurgia cesariana de emergência para tentar salvar o bebê, que não resistiu e já nasceu morto. Aline também acabou morrendo na unidade.
Já Alberto, segundo informações da família, sofreu fraturas na costela e foi levado ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde está sob observação.
O corretor de imóveis se recusou a realizar o teste do bafômetro e, por isso, foi confeccionado um auto de constatação da alteração da capacidade psicomotora.
Segundo o boletim de ocorrência, testemunhas que estavam no local ficaram revoltadas ao ver que o motorista do Ônix apresentava “sinais visíveis de embriaguez” e tentaram agredi-lo, chegando a partir para cima das equipes de segurança que estavam com a guarda dele. Diante disso, ele foi levado para a Deletran.
Prisão
Segundo o delegado Christian Alessandro Cabral, titular da Deletran, apesar de o corretor de imóveis ter causado a morte de duas pessoas, ele foi preso em flagrante apenas pelo crime de dirigir embriagado.
“Ele estará respondendo, a princípio, pelos crimes de homicídio culposo no trânsito qualificado e lesão culposa no trânsito qualificada, mas, por força da imunidade processual do art. 301, do CTB, não pôde ser flagranteado ontem por esses crimes”, disse o delegado.
O artigo em questão garante ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito que resulte vítima, a prerrogativa de não ser preso em flagrante, se prestar pronto e integral socorro à vítima. O que o corretor de imóveis fez.
Ainda assim ele foi preso em flagrante, pois estava “com a capacidade psicomotora alterada em razão de consumo de bebida alcoólica”, diz trecho do auto de prisão em flagrante lavrado pela Deletran.
Porém, foi fixada fiança de R$ 7 mil, que ele pagou e, por isso, foi liberado ainda no mesmo dia do acidente.