A partir do momento em que receber em sua mesa os seis inquéritos relacionados à investigação do suposto esquema de grampos telefônicos ilegais operado por membros do Governo do Estado, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques, terá de cinco a dez dias para decidir se os investigados até aqui permanecerão presos, ou não.
Hoje, oito pessoas estão presas em Cuiabá – ou por suposto envolvimento na operação dos grampos clandestinos, ou por suspeita de trabalhar para obstruir as investigações.
Em decisão tomada na última quarta-feira (11), o ministro Mauro Campbell determinou que todos os autos da investigação, até então sob a responsabilidade do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, sejam remetidos ao STJ, em Brasília. Como o Superior Tribunal só trabalha com documentos digitalizados, tal remessa pode levar alguns dias.
O ministro também deve decidir se as investigações ficarão sob a responsabilidade do STJ, que é o mesmo que dizer se há ou não a suspeita de envolvimento do governador Pedro Taques (PSDB) no suposto esquema.
Pelo menos dois, dos seis inquéritos, não possuem qualquer relação com o governador Pedro Taques: são aqueles abertos a partir de uma notícia-crime feita pela OAB-MT, para investigar se integrantes do Gaeco e a promotora Ana Cristina Bardusco quebraram indevidamente o sigilo telefônico de pessoas como o ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Tais inquéritos é bem provável que voltem para as mãos do desembargador Orlando Perri.
