Crônicas Policiais

Militar do Bope investigado pela chacina contra moradores de rua se entrega à polícia

Polícia acredita que o crime tenha sido cometido por ódio a pessoas em situação de rua; outro militar acusado dos homicídios já está preso

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Militar do Bope investigado pela chacina contra moradores de rua se entrega à polícia
(Foto: PJC MT)

O policial militar do Bope Elder José da Silva, investigado pela chacina contra moradores de rua na última quarta-feira (27), em Rondonópolis (220 km de Cuiabá), se apresentou na tarde de ontem (29) na sede da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do município.

Foi cumprido o mandado de prisão temporária expedido pela juíza Maria Mazarelo Farias Pinto. Os 4 homicídios, dois consumados e dois tentados, ocorreram em frente ao Centro de Atendimento à População em Situação de Rua, enquanto as vítimas dormiam.

O outro militar apontado também como autor dos crimes, Cássio Teixeira Brito, teve o mandado de prisão cumprido na manhã de ontem (29), no batalhão onde está lotado, em Rondonópolis. Ele foi encaminhado no período da tarde para a realização de exame de corpo de delito.

No início da tarde de ontem, o veículo utilizado no crime foi localizado em um pátio de uma transportadora no Distrito Industrial de Rondonópolis. Uma equipe da Polícia Civil foi ao local para cumprir o mandado de busca e apreensão. A perícia da Politec também foi acionada para a coleta de evidências no veículo.

Os dois investigados ainda serão interrogados pelo delegado Thiago Garcia, que está respondendo pela Delegacia de Homicídios. A Polícia Civil reunirá ainda à investigação as informações dos laudos periciais de confronto balístico, de local de crime e também o do veículo.

Crime de ódio

A Polícia Civil divulgou ainda ontem (29), que os crimes foram motivados por ódio contra pessoas em situação de vulnerabilidade social.

“A Polícia Civil deu uma rápida resposta a esse crime que chocou a população e as evidências reunidas apontam que a motivação pode estar ligada a crime de ódio contra pessoas em situação de vulnerabilidade. No transcorrer da investigação, tomamos conhecimento de que um policial deu entrada na Santa Casa, vítima de um disparo, com um veículo de cor escura similar ao usado no crime e, a partir daí, conseguimos esclarecer a autoria”, explicou o delegado regional Thiago Garcia.

“São pessoas que já vivem hipossuficientes e muitos as confundem com criminosos, o que não é verdade. São pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade”, acrescentou o delegado.

Chacina contra moradores de rua

Na madrugada da última quarta-feira (27), ocupantes de um veículo de Land Rover de cor escura passaram na Avenida Bandeirantes, na frente de um centro de acolhimento a moradores de rua, e fizeram diversos disparos de arma de fogo, que atingiram 3 vítimas.

Uma delas, Odinilson Landvoigt de Oliveira, 41 anos, foi a óbito no local. Oziel Ferle da Silva, 35 anos, e William Pereira de Oliveira Filho, 25 anos, ficaram feridos, foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com vida e levados ao Hospital Regional de Rondonópolis, onde passaram por procedimentos cirúrgicos.

A outra vítima assassinada foi Thiago Rodrigues Lopes, 37 anos, um pouco mais à frente do local onde ocorreu o primeiro homicídio, na entrada do bairro Vila Canaã.

Testemunhas que frequentam o local e foram ouvidas pela DHPP informaram qual era o veículo utilizado pelos criminosos e disseram que os atiradores fizeram diversos disparos aleatórios contra quem dormia no local.

Informações colhidas pela Polícia Civil apontaram ainda que, durante o ataque contra as vítimas, foi visto que um dos ocupantes do veículo passou a arma de fogo ao motorista do veículo para que ele fizesse os disparos.

Disparo contra policial

Durante as investigações, a equipe da DHPP apurou que um dos atiradores fez um disparo contra si, após a ocorrências dos homicídios, e foi levado à Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis para atendimento conduzindo um veículo similar ao usado nos homicídios.

A unidade hospitalar fez a comunicação, que é obrigatória em caso de atendimento de pessoas vítimas de ferimento por arma de fogo, e uma unidade da PM foi ao local. Contudo, ele alegou à equipe policial que se feriu quando participava de uma caçada, em Itiquira.

(Com Assessoria)

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