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Mercados internacionais embargam carne brasileira

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Mercados internacionais embargam carne brasileira

Três dias depois da Operação  Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal para combater fraudes na indústria frigorífica, mercados internacionais começaram a fechar as portas à produção brasileira.

China, Chile e Coreia do Sul foram os primeiros a informar oficialmente ao Ministério da Agricultura a suspensão da importação da carne produzida pelas empresas suspeitas de envolvimento. Quem também anunciou um embargo nestes moldes foi a União Europeia.

Nenhuma das empresas implicadas no escândalo está localizada em Mato Grosso. Se fosse incluído no bloqueio, o Estado enfrentaria grandes prejuízos: só a China comprou mais 64 mil toneladas de carne mato-grossense em 2016, movimentando US$ 201 milhões de dólares. O dado é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Somados China e UE representam cerca de 35% das exportações da carne produzida no Estado. Neste primeiro momento, no caso da China, os embarques programados para lá foram suspensos por uma semana. Já a Coreia do Sul bloqueou apenas os embarques da BRF, especificamente. Na América do Sul, o Chile seguiu a mesma linha.

A suspensão foi anunciada nesta segunda-feira, 20, pelo porta-voz da Comissão Europeia para assuntos de Saúde, Enrico Brivio, numa coletiva de imprensa em Bruxelas. “Estamos em um processo para garantir que todos aqueles envolvidos na fraude não possam exportar para a Europa”, disse, lembrando que Bruxelas manteve “intensos contatos diplomáticos com o Brasil” nos últimos dias.  “Pedimos ações e esclarecimentos”, disse. 

O Itamaraty, por sua vez, disse que quatro empresas nacionais já foram retiradas da lista de exportadores para a Europa. Os nomes não foram divulgados, mas sabe- se que duas são do setor de aves. Ao todo, 260 estabelecimentos no Brasil tinham direito de exportar para a Europa.

O governo insiste que o embargo, portanto, se refere a apenas 1,5% dos estabelecimentos. Mas não informou o quanto o embargo representa em termos do volume exportado.

Segundo Brivio, a recomendação aos 28 governos europeus é de que sejam “vigilantes” com todo o carregamento de carnes do Brasil e que “aumentem os controles nas fronteiras.” Brivio, porém, afirmou que até agora nenhuma irregularidade foi registrada na entrada de carnes nacionais.

Nas próximas semanas, o comissário de Assuntos de Saúde da UE, Vytenis Andriukaitis, viajará ao Brasil e o tema estará no centro dos debates.

Responsabilidade da Polícia Federal
Em entrevista ao Estado de São Paulo, o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Pedro de Camargo Neto, chamou a Polícia Federal de “irresponsável” pela forma como anunciou a operação Carne Fraca. Segundo ele, o tamanho do problema é muito menor ao estardalhaço feito e acarretou danos severos ao setor.

“A PF foi irresponsável. Acho que existe pontualmente algo muito real e que tem de ser penalizado, mas é menor do que foi apresentado. Me preocupa o estrago que possa provocar”, afirmou. Para ele, que também é produtor, quem vai pagar a conta é o pecuarista.

“O impacto internacional eu não sei dizer ainda. É cedo. Às vezes um país europeu não suspende, mas uma rede de supermercado suspende. É uma decisão imediata e pode provocar efeito dominó. Se uma rede europeia informa que não está comprando de determinado frigorífico, ela pode ser acompanhada por outro país, por exemplo”, afirmou.

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