Marcos Lopes/ALMT
Líder do governo na Assembleia Legislativa há sete meses, o deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), afirma que prefere atuar com mais diálogo e menos enfrentamento à oposição que seu antecessor na função, Wilson Santos (PSDB). O tucano, que se licenciou do Legislativo no ano passado para disputar a Prefeitura de Cuiabá, hoje comanda a Secretaria de Cidades de Mato Grosso.
“Meu perfil é diferente do Wilson. Sou mais de diálogo, não sou de enfrentar. A tribuna dá ao deputado o poder de falar o que ele acha. Mas eu vou lá depois e converso. Todos somos seres humanos, e podemos cometer erros. Eu digo aos colegas que, se tem uma falha, pode ser feita uma crítica construtiva. Então eu faço esse relacionamento diferenciado, de harmonia com os deputados”, explicou Dal’Bosco, em entrevista ao programa Estúdio Livre, da TV Band e Band FM (101,1).
O estilo impetuoso de Wilson, que lhe rendeu apelido de “galo” no início da carreira política, levou a diversos enfrentamentos públicos com outros parlamentares. A liderança do tucano, entre 2015 e 2016, foi marcada por embates acalorados na tribuna com deputados de oposição. Ao sair em defesa da gestão do governador Pedro Taques (PSDB), Wilson não economizava nas alfinetadas aos críticos.
Mais discreto que Wilson, em vez de debater na tribuna, Dal’Bosco afirma que prefere conversar com o parlamentar que fez as críticas reservadamente, depois da sessão, para evitar embates públicos no calor do momento.
“Não sou de debater em tribuna, até porque, muitas vezes, no calor da tribuna, as pessoas podem ofender um colega. Tenho usado a tribuna de forma pontual. Por exemplo, se criticam a educação, eu faço a comparação que evoluímos muito neste governo. Precisamos evoluir mais, mas há um debate sobre isso. Então com isso consigo ter uma credibilidade com os colegas”, afirmou.
Um exemplo dessa atitude ocorreu há cerca de duas semanas, quando Janaina Riva (PMDB) e Zeca Viana (PDT) dispararam críticas pessoais ao governador, acusando-o de ter medo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MT Prev. O líder não fez a defesa da figura de Taques na tribuna – ele preferiu criticar a gestão de Silval Barbosa (PMDB) para fazer o contraponto às falas dos opositores.
Dal’Bosco vê também melhoras também no relacionamento entre governo e deputados. “Com esse diferencial de não contrapor de forma mais ofensiva, acho que conseguimos ter um pouco mais de entendimento entre o governo e a Assembleia. Paulo Taques (secretário-chefe da Casa Civil) também tem atendido mais os deputados”, disse.
