O marido da vereadora Edna Sampaio (PT), William Sampaio, disse que o dinheiro da verba indenizatória (VI) é regulado de acordo com regras próprias de um grupo de 50 pessoas que comporiam um mandato coletivo da vereadora.
O contador foi ouvido hoje (23) na Comissão de Ética de Decoro sobre os indícios de desvio de finalidade do dinheiro pago às chefias de gabinete de vereadores. William Sampaio disse que foi o responsável por “propor” as regras para o uso desse dinheiro.
William confirmou que cobrava as transferências de R$ 5 mil da ex-chefe de gabinete Laura Natasha de Abreu e depois fazia os relatórios dos gastos, no grupo que não pertence oficialmente à Câmara dos Vereadores.
Mas, os valores que eram repassados na prestação de contas à Câmara não ficariam sob o controle dele.
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A vereadora Edna Sampaio é investigada por suspeita de que a verba indenizatória de seu gabinete tenha sido usada para gastos que não estão previstos na lei municipal que regulamenta o benefício.
A justificativa do marido dela é que o formato como o gabinete administra a VI não é impedido pela norma. “A lei da verba indenizatória não proíbe que o dinheiro seja transferido para outras contas, apenas pede que seja escolhida uma conta. Não tem nada de errado nisso”, afirmou.
Contudo, a versão foi contestada ainda durante a oitiva, pela Procuradoria Legislativa. A informação repassada foi que a lei não tem regras sobre a quantidade de contas, mas define que o valor passado para a chefia de gabinete é intransferível.
Mandado coletivo
William Sampaio disse que o sistema usado pelo gabinete da vereadora Edna Sampaio para a verba indenizatória foi implantado em junho de 2021, o primeiro ano do mandato.
Segundo ele, tanto a VI da chefia de gabinete quanto outras quantias pagas para vereadora para o exercício do mandato, que inclui os salários, são depositadas uma conta bancária apelidada de “conta do mandato”, em nome da vereadora Edna.
As movimentações dentro do gabinete são administradas pela vereadora, quem autorizaria a quantia e como do dinheiro deve ser gasto. William Sampaio disse ser o responsável pela compilação gastos e pagamentos e pela montagem do relatório. O trabalho dele seria feito como voluntário do mandato coletivo, sem vínculo oficial com a Câmara dos Vereadores.
William Sampaio é presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Cuiabá. Hoje na oitiva ele se apresentou nesse papel. Também correlacionou essa função ao grupo 50 pessoas do mandato coletivo.
Segundo William, esse coletivo estaria vinculado às pautas apresentadas e defendidas pela vereadora Edna Sampaio no seu mandato. Um grupo menor, de 20 pessoas, seria responsável por questões administrativas do coletivo, incluindo o formato de administração da verba indenizatória.
