A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), cumpre na manhã de hoje (6), buscas na região do bairro Osmar Cabral, em Cuiabá, com objetivo de localizar os corpos dos 4 maranhenses que foram sequestrados, torturados e mortos em maio de 2021, após determinação de uma facção criminosa.
As diligências dão sequência às investigações da Operação Kalypto, deflagrada pela DHPP em janeiro deste ano para cumprimento de ordens judiciais contra integrantes de uma facção acusados de assassinar e ocultar os corpos dos 4 jovens.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Caio Fernando Alvares de Albuquerque, a ação dá cumprimento a um mandado de busca coletiva na região, com o foco em dar continuidade às investigações, para apurar onde estão os corpos das vítimas, assim como para levantamento de outros elementos de prova.
Equipes da DHPP, da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), com apoio do Corpo de Bombeiros, utilizam maquinários nas escavações em uma área onde podem ter sido escondidos os corpos.
O inquérito policial que investigou a execução dos jovens foi concluído em fevereiro de 2023, com o indiciamento de 8 investigados pelos crimes de sequestros e homicídios qualificados, ocultação de cadáver e integração de organização criminosa. Uma pessoa também foi indiciada pelo crime de falso testemunho. O Ministério Público denunciou apenas 6 dos 8 indiciados pela Polícia Civil.
“Embora as investigações originárias tenham sido concluídas, o que rendeu a denúncia de 6 investigados, os trabalhos investigativos seguem, uma vez que há expressa decisão judicial para isto”, disse o delegado.
Tribunal do crime
Segundo a Polícia Civil, as mortes de Tiago Araújo, 32 anos, Paulo Weverton Abreu da Costa, 23 anos, Geraldo Rodrigues da Silva, 20 anos, e Clemilton Barros Paixão, 20 anos, foram ordenadas pela facção criminosa Comando Vermelho.
Membros da facção teriam ordenado que os maranhenses passassem por um “tribunal do crime” após julgarem que as vítimas pertenciam a uma facção rival, o PCC (Primeiro Comando da Capital).
No “julgamento” teria sido ordenado que os rapazes – dois irmãos, um cunhado e um amigo, fossem assassinados. Eles desapareceram das respectivas residências, no Jardim Renascer, no dia 2 de maio de 2021.
A investigação, coordenada pelo delegado Caio Fernando Albuquerque, da DHPP de Cuiabá, reuniu diversas informações coletadas durante inúmeras diligências realizadas na Capital e também no Maranhão, que levaram à identificação dos envolvidos na execução dos 4 maranhenses.
Além de condenar as 4 vítimas a um tribunal da facção, os integrantes da organização criminosa também coagiram familiares das vítimas, que foram obrigados a ir embora de Cuiabá, porque receberam ameaças de morte.
A investigação apurou que os jovens maranhenses foram cruelmente mortos – sofreram decapitação, amputação dos dedos e um deles foi atingido por um disparo no peito. Outros dois foram mortos com disparos na nuca.
(Com Assessoria)
