Ednilson Aguiar/O Livre
A deputada estadual Janaina Riva (PMDB) desistiu de oficializar denúncia no Ministério Público Estadual (MPE) contra o suplente Jajah Neves (PSDB). Na semana passada, na tribuna da Assembleia, ela acusou Jajah de repassar a verba indenizatória de R$ 65 mil ao titular da vaga, Wilson Santos (PSDB), licenciado do mandato para comandar a Secretaria de Cidades de Mato Grosso. Durante a discussão, prometeu levar o caso ao MPE.
“Na verdade, eu acredito que a denúncia já foi feita dentro de plenário”, justificou a deputada em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 24. “Então, se houver vontade de as autoridades investigarem, a denúncia foi feita na tribuna. Não vou formalizar porque não tenho provas. Então acredito, que o Ministério Público tenha mais condições de obtê-las do que eu”, disse.
O bate-boca que culminou com a acusação começou por causa dos grampos ilegais, durante sessão na noite da quarta-feira passada, 17. Ao defender o governo, Jajah acusou Janaina de usar a condição de mulher para fazer sensacionalismo. Ao final, os dois trocaram acusações de corrupção. “Corrupção é também repassar a verba indenizatória para o deputado detentor do mandato”, declarou Janaina, na tribuna.
Tanto Jajah quanto Wilson negaram as acusações. O suplente prometeu acionar Janaina tanto na Justiça quanto na Assembleia, por quebra de decoro. Já Wilson disse que não jogaria seu passado fora por causa dessa verba. “Tenho certidão da Assembleia que mostra claramente quem ficou com a verba. O deputado Jajah Neves assinou uma declaração com registro em cartório, reconhecido firma, que quem recebe e usa a verba indenizatória é ele e seu gabinete”, disse o atual secretário de Cidades.
Licença
Wilson Santos deixou a cadeira de deputado em agosto de 2015 para se dedicar à campanha para a Prefeitura de Cuiabá. Depois da derrota no segundo turno, em novembro, foi nomeado secretário de Cidades pelo governador Pedro Taques (PSDB). Ele ficou na pasta por cinco meses e então, no dia 10 de abril, pediu exoneração do cargo de secretário e retornou à Assembleia, sob o argumento de que iria “cumprir a missão do VLT” no parlamento.
À época, houve boatos que os dois tucanos se desentenderam justamente por causa do descumprimento de acordos, que incluiriam a verba indenizatória, entre outros motivos. Jajah e Wilson negaram qualquer desentendimento.
