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Janaina espera devassa do TJ para emplacar CPI

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Janaina espera devassa do TJ para emplacar CPI

Ednilson Aguiar/O Livre

 Dep Janaina Riva

 

A deputada estadual Janaina Riva (PMDB) aguarda o resultado da devassa promovida pelo Tribunal de Justiça nas decisões que autorizaram escutas telefônicas para voltar à tentativa de convencer os colegas a apoiar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar as denúncias de grampos ilegais.

Única parlamentar revelada como vítima do esquema, Janaina conseguiu apenas cinco assinaturas para a CPI. São necessárias oito para a investigação ser aberta. Já anunciaram apoio os oposicionistas Valdir Barranco (PT), Allan Kardec (PT), Silvano Amaral (PMDB) e Zeca Viana (PDT). Ela espera obter a sexta assinatura com o deputado Romoaldo Junior (PMDB), que ainda não se manifestou oficialmente sobre a comissão.

“A investigação do TJ sobre os outros grampos telefônicos pode revelar mais deputados estaduais”, disse a deputada. “Eu quero ver se eles vão assinar ou não quando verem que também foram vítimas desse golpe. Se esses nomes aparecerem, não tenho dúvidas que teremos uma CPI com 24 assinaturas”, prevê. Nesse momento, porém, ela não tem esperança de instalar a CPI, e acredita que a varredura das decisões no TJ vai demorar.

Janaina foi acusada pelo líder do governo, Dilmar Dal’Bosco (DEM), de tentar usar a CPI como palanque político. “Não podemos polemizar e politizar essa situação, porque não somos nós que vamos julgar alguma coisa. Iríamos encaminhar o resultado da CPI para o Ministério Público e para a polícia, que já estão investigando”, argumentou.

Janaina rebateu a declaração. “Engraçada essa tese de palanque. Os deputados então mudaram de ideia, porque essa tese não valeu para a CPI do VLT, dos Frigoríficos e todas as outras. Na verdade, eles não querem a CPI porque estão com medo que o governador seja afastado”, criticou.

Barriga de aluguel
O esquema começou nas eleições de 2014, quando Silval Barbosa era governador e Pedro Taques disputava as eleições. Em 2015, novos nomes foram incluídos nas escutas. A manobra é conhecida como barriga de aluguel: números de pessoas comuns, sem qualquer ligação com uma investigação, são colocados num pedido de quebra de sigilo à Justiça. Em Mato Grosso, telefones de jornalistas, médicos, políticos e de um desembargador foram inseridos num processo que investiga o envolvimento de policiais militares com o tráfico de drogas em Cáceres. Confira a lista divulgada pelo LIVRE.  

O caso foi denunciado pelos promotores Mauro Zaque e Fábio Galindo, que à época eram secretário e adjunto da pasta de Segurança Pública do governo estadual, respectivamente. Zaque afirma ter avisado o governador Pedro Taques, por diversas vezes, sobre os grampos. O governador afirmou que denúncias verbais eram “fofoca” e que a documentação com a denúncia nunca chegou às suas mãos.

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