O Instituto Socioambiental (ISA) criou uma plataforma para monitorar os casos de cvoid-19 em indígenas. As informações são levantadas com base nos boletins das Secretarias Estaduais de Saúde. Depois disso são compiladas pela iniciativa Brasil.io.
Dos 23.820 casos confirmados no país, 16 são em comunidades indígenas. Do total de mortes registradas no país (1.355 mortes), 3 são áreas rurais indígenas.
Nenhum dos casos confirmados em aldeias foi registrado em Mato Grosso.
Para os casos indígenas, a fonte é a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), subordinada ao Ministério da Saúde (MS).
O atendimento aos indígenas que vivem nas cidades está sendo feito nas estruturas de saúde municipais e estaduais – fora do sistema de saúde indígena. Não há um monitoramento oficial desses casos.
Povos indígenas e a vulnerabilidade
Estudos em várias partes do mundo e no Brasil atestam, no entanto, que os índios são mais vulneráveis a epidemias em função de condições sociais. Essas questões amplificam o potencial de disseminação de doenças.
Condições particulares afetam essas populações, como a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, seja pela distância geográfica, como pela indisponibilidade ou insuficiência de equipes de saúde.
“O subsistema do Sistema Único de Saúde criado para atender a saúde indígena sofre com a falta de estrutura e de recursos para tratamento de complicações mais severas como a covid-19”, aponta o ISA.
Grande parte dos povos indígenas vive em casas coletivas, e é comum entre muitos deles o compartilhamento de utensílios, como cuias, tigelas e outros objetos, o que favorece as situações de contágio.