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Inquérito sobre explosão no Comando Geral é arquivado sem solução

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Inquérito sobre explosão no Comando Geral é arquivado sem solução

Ednilson Aguiar/Olivre

Delegado Diogo Santana

A possibilidade do crime ter sido um atentado foi encarada com cautela pelo delegado Diogo Santana Souza do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO)

A ausência de provas sobre a explosão de um caixa eletrônico dentro do Comando Geral da Polícia Militar de Mato Grosso levou o delegado Diogo Santana a pedir o arquivamento do inquérito sobre o caso. O delegado do GCCO (Grupo de Combate ao Crime Organizado) informou à reportagem do LIVRE que trabalhou com a hipótese de roubo, mas não descartou a chance de ter sido um atentado de uma facção criminosa ou de membros da própria PM. 

Santana explicou que a ausência de câmeras de segurança dentro do Comando fez com que a investigação fosse prejudicada e seguisse “no escuro”. O laudo elaborado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Mato Grosso não colheu as impressões digitais, o que dificultou ainda mais a identificação dos suspeitos.

A possibilidade de ter sido um atentado foi encarada com cautela pelo delegado, uma vez que os indícios encontrados não indicavam exatamente isso. A constatação de que a explosão não abriu o cofre, por exemplo, não foi o suficiente para seguir nesta linha de investigação.

“Neste caso nós trabalhamos como sendo um crime patrimonial. Nós sabemos que é comum criminosos explodirem caixas eletrônicos e não levarem nada. Há casos em que eles colocam explosivos demais, e no lugar errado, explodem a agência inteira, mas não conseguem levar nada”, justificou o delegado.

O trabalho de investigação de Diogo durou cerca de um ano, sendo arquivado neste mês de janeiro. O delegado colheu depoimentos de aproximadamente seis policiais militares que estavam de plantão no dia do crime. Todos eles disseram ter apenas ouvido o barulho da explosão.

Um Inquérito Policial Militar que corria paralelamente à investigação da PJC também terminou de forma inconclusiva. O documento foi arquivado cinco meses antes, no dia 30 de agosto de 2017, pelo juiz Murilo Moura Mesquita.

Outras hipóteses

Além dos danos ao patrimônio (vidros estilhaçados, luminárias quebradas e móveis atingidos), a explosão também abalou a cúpula da PM em Mato Grosso. No dia seguinte ao fato, o governador Pedro Taques substituiu o então comandante-geral Gley Alves de Castro pelo coronel Jorge Luiz de Magalhães.

O laudo elaborado pela Politec, ao qual o LIVRE teve acesso com exclusividade em julho de 2017, dava menos margem à hipótese de roubo. O GCCO trabalhou naquela época com a tese de que o crime teria sido um atentado de uma facção criminosa ou de membros da própria PM.

A ideia de um atentado foi reforçada principalmente porque os explosivos foram colocados na parte de trás do caixa eletrônico, local mais resistente da máquina e onde o cofre não é afetado.

A ausência de digitais também pode ter sido fruto de uma preocupação dos criminosos em não serem identificados, o que efetivamente não costuma acontecer em casos de roubo deste tipo.

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