O número de homicídios por ano teve uma redução significativa no Brasil. De acordo com o Atlas da Violência, divulgado nesta terça-feira (31), a quantidade desse tipo de crime caiu 21,5% entre 2018 e 2019.
De acordo com a pesquisa, o Brasil passou de 57,9 mil homicídios por ano para 45,5 mil. Essa é a maior diminuição já registrada pelo Atlas da Violência, que faz pesquisas anuais.
Causas indeterminadas
Apesar disso, o estudo também mostra um aumento de 35% das mortes violentas por causa indeterminada entre 2018 e 2019. São classificados assim os óbitos cuja motivação não podem ser definidos. Entram na categoria suicídios, acidentes ou até mesmo agressão de terceiros.
Sendo assim, para os responsáveis pelo estudo, é possível que tenha havido uma subnotificação dos 45.503 homicídios registrados no país no período.
Presidente do Instituto Jones dos Santos Neves – uma das instituições responsáveis pelo Atlas da Violência -, Daniel Cerqueira aponta que, em média, 73% dos casos de mortes por causa indeterminada referem-se a homicídios, o que por si só já elevaria o número de mortes no país em 2019.
Depois de cair por um período de mais de 15 anos, tendo alcançado 6% em 2014, essa proporção voltou a subir, atingindo 11,7% em 2019.
Os Estados onde houve maior crescimento das mortes sem causa determinada entre 2018 e 2019 foram o Rio de Janeiro (232%), Acre (185%) e Rondônia (178%).
Para se ter uma ideia da dimensão do problema, pouco mais de uma em cada três mortes Rio foram registradas com essa classificação (34,2%); em São Paulo, esse percentual era de 19% e, no Ceará, de 14,5%.
Como é feito o Atlas?
Os números apresentados pela publicação foram obtidos, principalmente, a partir da análise dos dados do Sistema de Informações sobre a Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, num período anterior à pandemia de covid-19.
O Atlas da Violência é uma publicação elaborada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
(Com Assessoria)