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Há quatro meses sem receber, vigilantes da Arena vivem de “bico”

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Há quatro meses sem receber, vigilantes da Arena vivem de “bico”

Ednilson Aguiar/O Livre

Arena Pantanal, em Cuiabá

Os vigilantes são responsáveis pela segurança patrimonial do complexo da Arena e trabalham desarmados

Rodrigo, que pediu para ter o nome verdadeiro preservado, tem recorrido aos amigos e parentes para poder manter as contas em dia. O trabalhador de 24 anos, pai de um filho de 2 anos e 4 meses, utiliza o vale-alimentação que a empresa oferece para poder fazer as compras. O benefício, que varia de R$ 150 a R$ 180 nem sempre é suficiente para comprar comida.

A empresa onde Rodrigo trabalha, a Ecológica Serviços Técnicos, não paga o salário dos 21 vigilantes que atuam no entorno da Arena Pantanal há pelo menos quatro meses. O serviço prestado é resultado de um contrato entre a Ecológica e a Secretaria de Estado de Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seduc).

“A empresa diz que não tem dinheiro e que não tem recebido do Governo. A gente sabe que vai receber o salário pelo Fiplan. Quando o sistema mostra que a Seduc pagou em dois ou três dias nós recebemos”, contou Rodrigo.

Mas no Fiplan – o sistema de finanças do Governo – não consta pagamento à empresa desde julho, quando Rodrigo e seus colegas receberam o último salário. A Ecológica entrou em recuperação judicial em 2015 e o processo ainda tramita na Vara de Falência, o que teria agravado ainda mais a situação.

Os vigilantes também costumam pegar trabalhos temporários, fora da empresa, para poder equilibrar o orçamento familiar. Eles aproveitam o descanso de 36 horas a cada trabalhadas para prestarem outros serviços de vigilância, quase sempre de maneira informal.

“Nós até pensamos em fazer greve, mas não dá para abandonar tudo. O pessoal lá precisa do nosso trabalho”, lamentou Rodrigo. Os vigilantes trabalham sem armamento e recebem cerca de R$ 1200 para prestar o serviço.

Outro lado

Em nota, a assessoria de imprensa da Seduc informou que só atrasou os repasses a empresa porque a Ecológica entregou as notas fiscais do serviço somente no dia primeiro de novembro. As notas estão sendo analisadas há 20 dias para que o pagamento seja liberado.

Segundo a Secretaria, já foram repassados R$ 255.662,44, referentes aos meses de março, abril, maio e junho. A pasta também informou que ainda não recebeu as notas fiscais dos meses de outubro e novembro. A reportagem não conseguiu entrar em contato com os administradores da empresa. 

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