O Grupo Horita celebrou na safra 2018/2019 o terceiro ano de certificação 100% de suas áreas pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). Todas as lavouras também foram licenciadas pela ONG suíça Better Cotton Initiative (BCI). Os dois programas operam em benchmark no Brasil e atestam que o algodão foi produzido sob parâmetros sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e econômico.
O grupo colheu 82,5 mil toneladas de algodão em pluma, em uma área de 39 mil hectares, com produtividade média de 2,12 mil quilos por hectares. Para o ciclo 2019/2020, que começa em dezembro, a expectativa é de manutenção da área cultivada.
O Grupo Horita é formado por seis fazendas de algodão, soja e milho, localizadas no Oeste da Bahia. De acordo com sócio proprietário Walter Horita, fazer parte de iniciativas como o ABR e a BCI é mandatório para quem exporta algodão. Atualmente, mais de 70% da commodity brasileira seguem para o mercado externo.
Segundo Horita, os programas já foram diferenciais de valorização de produto, mas hoje são pré-requisitos. “O comprador na Ásia já nem pergunta mais se temos o BCI, uma vez que ele busca algodão licenciado e sabe que nós só fornecemos assim”, exemplifica Horita.
A BCI é uma iniciativa global, presente em 21 países, e reconhecida como sinônimo de algodão sustentável. Desde 2013, a BCI, no Brasil, funciona em operação referenciada com o seu equivalente nacional, o Algodão Brasileiro Responsável (ABR).
“A BCI nos dá visibilidade no exterior, pois é a chancela que o mercado conhece. Mas o grande desafio para um produtor brasileiro é ser ABR, uma vez que, por ser respaldado na legislação Ambiental e Trabalhista do nosso país, o programa brasileiro tem muito mais itens a serem cumpridos”, diz Walter Horita.
Prova disso, segundo ele, é que para ter o direito de usar o ABR nos fardos, a fazenda tem de seguir um checklist de 224 itens, só na fase de verificação para diagnóstico que antecede a certificação, e outros 178 para a finalização do processo. Já para receber a licença BCI são necessários 25 itens.
O programa ABR, criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), é gerido em cada estado produtor de algodão pelas associações filiadas à entidade. O cotonicultor que adere ao ABR pode, automaticamente, optar por ser, também, licenciado pela BCI. Essa adesão é voluntária, e, ao fazê-la, ele se compromete a cumprir um rígido protocolo de boas práticas agrícolas nas suas fazendas. Os requisitos vão desde os aspectos gerenciais dos empreendimentos agrícolas até o cumprimento da legislação brasileira Ambiental e Trabalhista, que são consideradas das mais avançadas do mundo.