O Ministério do Ambiente e o governo de Mato Grosso criaram um grupo de trabalho para avaliar a concessão do parque nacional de Chapada de Guimarães. O parque está em processo de licitação, e o governo estadual quer assumir o controle sem passar pela concorrência.
A justificativa do governo para a concessão ao estado é o valor maior de investimento do que está previsto no edital da licitação, e evitar a cobrança para visitação.
“Mato Grosso é um estado bastante próspero e entendemos que esse é um esforço para diversificar a economia. Vamos trabalhar nesse grupo de trabalho para encontrar o melhor caminho, e posteriormente formalizarmos essa cooperação”, disse a ministra Marina Silva.
O acordo para um grupo de trabalho indica uma flexibilização do governo federal sobre a concessão. Mato Grosso já conseguiu derrubar no TCU (Tribunal de Contas da União) a licitação realizada no governo de Bolsonaro por falha no processo, e aguardava a autorização.
A contestação jurídica ocorria em paralelo à articulação do governador Mauro Mendes em ministérios para conseguir o controle do parque. Porém, o Ministério do Ambiente decidiu por lançar uma nova licitação, publicada em agosto passado.
O governador Mauro Mendes diz ter em caixa R$ 200 milhões para investigar no parque da Chapada até 2027. A quantia é 10 vezes maior do que os R$ 18 milhões que a empresa vencedora da licitação terá que investir, no prazo de 10 anos.
“É isso que todos querem: preservar, potencializar e melhorar esses acessos e criar alternativas para que essa grande beleza possa ser melhor utilizada. E manter o acesso gratuito, porque a ampla maioria da população não tem condições de pagar R$ 100 para entrar no parque, ainda mais sem qualquer estrutura”, disse ele.
