Ednilson Aguiar/O Livre
Secretário de Fazenda disse que espera receita até as 18h da quinta, dia 8
O governo de Mato Grosso vai esperar fechar o registro da entrada de receitas da quinta-feira, 8, para anunciar se os salários dos servidores na ativa podem ser pagos até o dia 10. O salário dos inativos, que deveria ter sido pago na segunda-feira, 5, já foi adiado para quinta-feira. A folha de pagamento total é de aproximadamente R$ 430 milhões por mês.
“Se não tivermos todos os recursos no Tesouro, nem adianta mandar a folha
para o banco”
“Dependemos da arrecadação que vai acontecer, que vamos registrar até quinta-feira, para saber quando e como vamos pagar”, disse o secretário de Fazenda, Gustavo de Oliveira.
Ele foi questionado por sindicalistas durante audiência pública que tratava das metas fiscais do 1º quadrimestre, nesta terça-feira, 6.
Se não for possível pagar no sábado, 10, o secretário prevê que os salários sejam creditados na segunda-feira, 12, que será o próximo dia útil. É quando entrarão as receitas e repasses federais que normalmente chegam para o Estado no dia 10.
“Se não tivermos todos os recursos no Tesouro, nem adianta mandar a folha para o banco porque ela volta. Se não pudermos pagar no dia 10, vamos dizer à sociedade e pagar no próximo dia possível”, disse o secretário.
Como o dia 10 é data máxima prevista pela Constituição Estadual para pagamento da folha, depois desse dia, o governo tem que pagar os salários com correção pelo atraso. Questionado se pagaria os juros em caso de atraso, Oliveira preferiu não comentar a possibilidade. “Eu não quero explorar esse cenário ainda.”
O governador Pedro Taques (PSDB), também foi questionado pela imprensa sobre a situação da folha na manhã de hoje, em outro evento. Ele se limitou a dizer que a previsão era pagar os salários “dentro do prazo previsto na Constituição Estadual”.
Luta mensal
“Se não pudermos pagar no dia 10, vamos dizer à sociedade e pagar no próximo dia possível”
Oliveira afirmou que vive a mesma insegurança sobre os pagamentos desde seu primeiro dia na pasta, em dezembro do ano passado. “Todo mês é uma luta”, relatou. “Quando assumi a Sefaz, em dezembro, eu não sabia se ia pagar o salário de janeiro. Temos cinco meses de frustração de receita acumulada. Tivemos que fazer os repasses emergenciais para a saúde e, feito isso, a prioridade é pagar a folha”, disse.
Ele criticou os boatos de que o salário de maio será pago somente no fim deste mês. “É uma cretinice, uma grande bobagem dizer isso sem ouvir o Tesouro. É jogar com o desespero do servidor, causar o pânico na sociedade.” O secretário disse, ainda, que o governo tem a meta de voltar a pagar os salários dentro do mês trabalhado. Porém, não deu prazo para isso acontecer.
Saúde
Há duas semanas, o governador Pedro Taques (PSDB) informou que utilizou R$ 70 milhões de recursos do Tesouro Estadual que estavam reservados para a folha para quitar dívidas do setor de saúde. Na ocasião, ele disse que trabalharia para repor esse valor no Tesouro, para “saldar nossos compromissos com os servidores.” Ele desconversou, porém, ao ser questionado se a folha de maio estava garantida. “Eu não vou jantar antes de almoçar”, disse Taques.
