Imprimindo peso histórico ao evento, o festival Lula Livre, realizado no sábado (28), sob os Arcos da Lapa, reuniu vários artistas, mas foi Gilberto Gil e Chico Buarque que roubaram a cena. Os dois não tocavam juntos desde 1973, período em que o Brasil vivia a era da Ditadura Militar. A primeira canção, Cálice, composta pela dupla e tal qual em 1973, foi entoada com tom de protesto, sugerindo que a democracia brasileira está sendo vítima de um golpe.
“A vida democrática exige o diálogo permanente e constante. Às vezes esse diálogo é mais áspero, às vezes é um pouco mais ameno. Esse momento tem as duas coisas. Tem a música, a solidariedade humana, o afeto a quem a gente muito gosta, mas também a aspereza desse confronto natural que é preciso vivenciar neste momento entre as forças do avanço e as forças do atraso”, disse Gilberto Gil ao repórter-fotográfico e documentarista do Instituto Lula, Rodrigo Stuckert.
Um público de mais de 80 mil pessoas, formado por curiosos e militantes – muitos usaram máscaras de papel com o rosto de Lula – reuniu-se para protestar pela liberdade do ex-presidente, preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Uma carta de Lula foi lida pelo ator Herson Capri. O ato que também foi apelidado por Lulapallosa foi político e cultural por apoio ao líder do Partido Trabalhista.
De acordo com o site Rede Brasil Atual, a Associated Press publicou matéria sobre o assunto, titulada “Celebridades brasileiras realizam show ‘Lula Livre’ no Rio”. “Segundo a agência, apesar de preso, Lula segue sendo o mais popular político brasileiro e lidera com folga as pesquisas eleitorais do país. A reportagem foi reproduzida em jornais como The New York Times, Washington Post, Herald & Tribune e outros”, destacou.
Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro.