Um documento com 32 propostas para auxiliar o governo federal na elaboração do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2017/18 será entregue nesta terça-feira, 25, ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante audiência em Brasília (DF). As prioridades foram elencadas pelas entidades que compõem o Fórum Agro MT. Entre elas, a ampliação da armazenagem de grãos e o rebaixamento da taxa de juros para o Plano Safra.
“Mato Grosso é responsável por 25% de tudo o que é produzido no país. Por isso, a iniciativa de entregarmos um documento validado por nós”, justifica o presidente do Fórum e da Famato, Normando Corral.
Em entrevista ao LIVRE, ele afirma que esse é o momento onde os representantes do agronegócio estadual decidem como vão atuar no próximo ciclo. A expectativa é que grande parte das sugestões sejam acatadas. “O poder público deve levar em consideração a nossa liderança no cenário nacional”, destaca.
Normando ressalta ainda que não é possível priorizar uma ou duas propostas, pois o conjunto atende o Estado por completo. “É claro que, para cada região, um item será mais importante que o outro, mas não podemos beneficiar uns em detrimento de outros. Todo o plano precisa ser atendido”, finaliza.
Propostas
A sugestão dos produtores é que sejam disponibilizados R$ 205 bilhões em linhas de crédito para a próxima safra, mantendo uma taxa de juros mais baixa. O montante representa aumento de 10% em relação ao valor que foi destinado no Plano Safra 2016/17: R$ 187 bilhões. “O custo de produção tem aumentando muito nos últimos anos”, lembra o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin. Historicamente, desse total, cerca de 10% são contratados pelos produtores de Mato Grosso.
Segundo dados do Imea, nas últimas três safras, o custo de produção do hectare da soja dobrou. Para a próxima safra, a previsão é de queda de 6%, puxada pela queda do dólar, barateando os preços de defensivos e insumos. Ao LIVRE, Endrigo alega que o valor solicitado pelo Fórum MT cobre cerca de 40% dos investimentos necessários para as safras. “Nós precisaríamos de R$ 500 bilhões se todas as atividades fossem financiadas”, destaca.
Outro pedido do grupo é facilitar o acesso ao crédito. “Muitas vezes o recurso está disponível, mas o produtor não consegue captar”, explica. Também pedem a ampliação do limite de contratação do crédito para custeio por CPF, passando dos atuais R$ 3 milhões para R$ 5 mihões.
A questão da armazenagem de grãos também foi mencionada entre os pedidos. Atualmente, Mato Grosso tem capacidade para guardar 50% do que é produzido e o restante tende a ser comercializado e/ou escoado imediatamente. No documento, o Fórum solicita um novo plano de estocagem de grãos. “Temos sérios problemas estruturantes, e este é recorrente”, lamenta.
Condições
O presidente da Aprosoja Brasil, Marco da Rosa, disse ao LIVRE que estas diretrizes servirão ainda para mostrar ao poder público como o setor consegue trabalhar em meio à burocracia e com recursos limitados. “Nossa maior preocupação é com manutenção das taxas de juros, estamos concentrando esforços para buscar o melhor cenário para quem produz”.
Fazem parte do Fórum MT– Famato, Aprosoja, Ampa, Acrimat, Acrismat e Aprosmat.