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Fios elétricos se rompem e causam incêndios no Pantanal

Em menos de 24 horas, foram duas ocorrências, sendo que uma delas foi controlada após a intervenção da aeronave do Corpo de Bombeiros

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Fios elétricos se rompem e causam incêndios no Pantanal
(Foto: Mayke Toscano)

O rompimento de fios elétricos ao longo da Transpantaneira tem tirado o sono de produtores rurais e dos bombeiros da região do Poconé (105 km de Cuiabá). Em menos de 24 horas, duas ocorrências foram registradas e, em ambas, houve início de incêndio florestal.

A situação foi contornada pelos moradores locais em um dos casos. O outro precisou da intervenção das aeronaves do Corpo de Bombeiros.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Poconé e membro do Guardiões do Pantanal, Raul dos Santos, a situação é recorrente e ganha peso nos períodos de estiagem.

No último registro de incêndio causado por rompimento dos fios, nesta quinta-feira (30), as aeronaves ajudaram no combate ao fogo, o que resultou no controle, mas não fim dos riscos. O problema foi registrado de manhã e, até o momento, os fios ainda estariam energizados, trazendo o perigo de eletrocussão aos brigadistas e também reavivamento das chamas.

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Outro problema apontado pelo sindicato são as contribuições estatísticas desses eventos, que são computados como fogo gerado pela ação humana.

“Quando esses números aparecem, colocam sobre os produtores rurais a culpa dos incêndios. Mas isso não é justo com o público que está engajado e empregando recursos próprios e até mesmo horas de trabalho no combate e suporte as equipes”.

No começo desta tarde, o Sindicato dos Produtores Rurais oficializou na Energisa um novo pedido para manutenção da rede ao longo da Transpantaneira.

“Mesmo com toda atenção, corremos o risco de perder o controle de um dos incêndios porque a vegetação está muito seca e estamos enfrentando uma das estiagens mais severas dos últimos anos. E, afinal de contas, a responsável pelos fios deve dar a manutenção. A Energisa diz que é sustentável. Então, não pode contribuir, por conta da sua omissão, com os incêndios no Pantanal”.

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Trabalho conjunto

Desde o ano passado, quando o fogo consumiu 2,2 milhões de hectares do Pantanal Mato-grossense, bombeiros e moradores local se uniram em prol da prevenção. Foram realizados cursos para a capacitação de brigadistas, bem como a compra e articulação para se adquirir equipamentos, entre eles máquinas pesadas.

O grupo Guardiões do Pantanal – formado por integrantes das cadeias produtivas do Pantanal Mato-grossense – é um exemplo de união que surgiu após o desastre ambiental das queimadas, vivido em 2020.

Agora, eles pretendem realizar e apoiar ações que contemplem o desenvolvimento sustentável da região e a valorização da cultura pantaneira. Também vão acompanhar e cobrar mudanças na legislação e a implantação dos projetos de infraestrutura que auxiliem a sobrevivência e evitem que a região seja consumida pelo fogo.

O que diz a Energisa?

A equipe do LIVRE entrou em contato com a assessoria de imprensa da Energisa.

Segundo a empresa, não há neste momento como verificar se a fiação que supostamente causou o incêndio seja de sua responsabilidade.

Além disso, a Energisa afirma que os fios de sua linha de distribuição de energia, quando se rompem, desligam-se automaticamente, não tendo, portanto, como causar incêndios.

Leia nota na íntegra:

A Energisa destaca a importância da checagem das informações antes da publicação de conteúdos de redes sociais sem a devida comprovação, reforçando a responsabilidade de toda a sociedade neste sentido. A empresa afirma que é impossível determinar a causa de um incêndio no Pantanal apenas por um vídeo e sem a devida investigação pericial. Por isso, é preocupante afirmar que o problema foi ocasionado pela rede de energia, que leva qualidade de vida a tantas famílias na região, incluindo pousadeiros e ribeirinhos.

É importante ressaltar que a Energisa tem sistemas de proteção que atuam cortando a eletricidade em caso de rompimento dos fios. E que a rede elétrica pode ser impactada por diversos fatores externos, como a intervenção irregular em redes de energia, o uso ilegal do fogo e até condições climáticas, como raios. Todos estes fatores que são sabidamente verificados na região.

A empresa reforça o compromisso com a proteção do Pantanal, apoiando ações como a doação de toneladas de alimento aos animais impactados em regiões atingidas pelo fogo, assim como a assistência e implantação de redes de energia sustentáveis em comunidades instaladas no bioma.

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