Quando eu era criança, minha mãe desejava que eu aprendesse o maior número de tarefas domésticas. Uma dessas tarefas era lavar as louças sujas. Quando me escolhia para fazer essa atividade, eu mais parecia um velocista: jogava água em tudo, passava sabão de qualquer jeito, terminava a tarefa com muita agilidade. Todavia, quando ela fiscalizava a tarefa executada, o resultado você pode imaginar, era necessário refazer todo o serviço, pois tudo havia sido feito às pressas e sem a qualidade devida.

E assim somos nós na vida, temos dois caminhos a seguir: podemos fazer nossas atividades, apenas fazendo o possível ou realizá-las da melhor maneira.

Fazer o possível é não prezar pela qualidade, fazer “mais ou menos”, desenvolver apenas aquilo que o superior pediu. É ser o funcionário que apenas faz o que precisa ser feito, o estudante que não se dedica aos estudos, o pai que não dá carinho aos filhos, pois está sobrecarregado de trabalho, o homem ou a mulher que não cuida da saúde, por justificativas diversas, o cirurgião que esqueceu algum instrumento dentro do paciente. Enfim, é ser medíocre, ou seja, estar na média ou abaixo dela.

Por outro lado, fazer o melhor, é dar um passo a mais. É ser o funcionário que executa suas atividades com precisão, qualidade e acima de tudo, além do que lhe é pedido, o professor que ministra sua melhor aula, o pai que, mesmo com diversas atividades, dá a atenção e a melhor educação ao seu filho, aquele cidadão que não se contenta em fazer o que todos fazem, mas está acima da média, o servidor público que, como o próprio nome diz, está pronto a servir à população, ou seja, que busca fazer o melhor, mesmo que isso signifique ultrapassar o horário do expediente, estudar ou se dedicar mais a algo.

E nas sábias palavras do professor Mário Sérgio Cortella: “Faça o seu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores para fazer melhor ainda!”

É, portanto, imprescindível instituir a autoavaliação, como aponta Daniel Goleman, em seu livro Inteligência Emocional, para a necessidade de ser “consciente ao mesmo tempo de nosso estado de espírito e de nossos pensamentos sobre esse estado de espírito.”

Sem a consciência da avaliação dos nossos comportamentos, sentimentos, frustações, ansiedades, trabalhos, estudos, é praticamente impossível mudar o rumo de nossa vida, como um indivíduo doente que não acredita estar enfermo.

Deus concedeu a cada um de nós o livre arbítrio, nos deu o poder de tomar decisões com liberdade e Ele não interfere, cabe a cada um de nós avaliar as circunstâncias e cenários para decidirmos qual caminho trilhar.

Assim, você pode criar todos os tipos de desculpas para as circunstâncias que lhe sobrevêm, mas lembre-se, a decisão de fazer o possível ou fazer o melhor é unicamente sua.

Da próxima vez, vou dar o melhor de mim para lavar as louças sujas!

*Francisney Liberato Batista Siqueira é Secretário de Controle Externo, Auditor Público Externo do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, Palestrante Nacional, Professor, Coach, Mentor, Advogado e Contador.

 

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