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Fingindo ser médico, um homem furtou R$ 70 mil de uma empresária dona de uma casa de câmbio em Cuiabá. O fato aconteceu há pouco mais de duas semanas. A Polícia Civil investiga o caso.
A vítima, que pediu para não ser identificada, contou que, no dia 4 de agosto, recebeu uma ligação no número fixo da empresa de um homem que se identificou como José Carlos, que dizia ser médico.
Segundo a empresária, ele disse que havia conseguido o contato por meio do médico pessoal da vítima. “As informações batiam”, declarou.
O suspeito disse que ele e mais um grupo de médicos precisavam de U$$ 20 mil para uma viagem. A vítima respondeu que não dispunha da quantia e pediu que ele retornasse na semana seguinte.
Na segunda-feira (7), o suspeito voltou a ligar para saber da disponibilidade do valor e, como resposta, ouviu que apenas no dia seguinte a transação seria possível. Ele respondeu que teria uma cirurgia e que apenas na quarta-feira poderia fazer a troca de dinheiro.
O suspeito, então, argumentou que, por se tratar de um valor elevado, não se sentiria confortável em ir até a casa de câmbio e convenceu a vítima a ir até um local indicado, supostamente seguro, indicado por ele, na quarta-feira (9). Tratava-se de uma sala em um consultório situado no edifício Santa Rosa Tower, ao lado do Hospital Santa Rosa.
A empresária conta que foi até o local com os dólares e, ao chegar no consultório, disse que estava à procura do doutor José Carlos, ouvindo a resposta da recepcionista para aguardar. Dois minutos depois de tomar assento, viu um senhor grisalho, alto, magro, de óculos e com trajes brancos, adentrar a recepção e ir em direção a uma sala ao lado.
“Doutor José Carlos?”, perguntou ao homem, que respondeu positivamente e pediu para a vítima o acompanhar. No espaço, só havia duas poltronas e o ar-condicionado.
“Ele pediu desculpas, pois estaria reformando a sala. Achei estranho, mas relevei”, informou a vítima. Sem rodeios, o suspeito perguntou do dinheiro e a vítima disse que estava com ela, para, em seguida, tirar as notas da bolsa. “Achei que ele fosse tirar os reais da pequena mala que carregava, mas ele só pegou os dólares e colocou nela”, relatou a vítima.
O suspeito, então, comunicou que só iria guardar o dinheiro e voltar para fechar a transação. “Depois de 15 minutos, liguei para ele e deu desligado. Aí fui na recepção e a recepcionista disse que ele tinha ido pegar um documento”. A vítima aguardou mais dez minutos e pediu para a recepcionista ligar no telefone fixo da sala do suspeito, e ouviu que ele não tinha sala.
“Foi quando ela me contou que ele tinha alugado a sala ao lado dias atrás e no momento caiu a ficha que eu havia sido furtada”, contou. Na hora, a empresária ligou para seu médico pessoal, que lhe informou que não conhecia o suspeito.
Ao conversar com a recepcionista e com a dona do consultório, ficou sabendo da história que o homem contou a elas: ele havia fechado o aluguel da sala horas antes e havia pedido permissão para trazer uma decoradora para conferir o local. “A dona disse que achou estranho ele não ter pechinchado, pois tinha colocado o valor lá em cima”.
A vítima registrou boletim de ocorrência no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do bairro Planalto. Até o momento, o suspeito não foi localizado.
