Ex-chefe de gabinete diz que entregou R$ 600 mil em sacola para Silval no Paiaguás

Sílvio Corrêa, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, confessou ter repassado R$ 600 mil em espécie ao então governador como parte de propina da empresa Consignum, que gerenciava os empréstimos consignados dos servidores públicos estaduais. A propina foi entregue numa sacola no gabinete de Silval, que admitiu o crime em depoimento na tarde desta segunda-feira (17).

Ele afirmou que sabia da tratativa da Consignum com o governo estadual e contou que foi chamado para uma reunião na casa do então secretário César Zílio com o empresádio Willians Mischur. Na reunião, foram apresentadas planilhas e formas de como aumentar o repasse de propina para o grupo de Silval.

“Uma ou duas vezes eu recebi um envelope do César Zilio no gabinete porque o governador estava em reunião. Depois, fui perguntar ao Silval e ele me disse que o envelope era dinheiro”, contou.

O ex-chefe de gabinete disse estar arrependido de ter falado para Pedro Nadaf, durante a prisão dos dois no Centro de Custódia da Capital (CCC), que delatores “tinham que morrer”. “Eu não tenho mais raiva, não tenho mais esse sentimento, não. Foi coisa do momento, no calor da notícia ali”, afirmou, lembrando que a cena ocorreu quando os dois assistiam uma notícia sobre a operação Sodoma na TV.

Sílvio prestou reinterrogatório sobre a segunda fase da Operação Sodoma, que investiga pagamento de propina ao grupo liderado por Silval e também lavagem de dinheiro, em três crimes. O empresário Wiliam Mischur, da Consignum, teria pago valores indevidos para manter um contrato de administração dos empréstimos consignados dos servidores do Estado. Júlio Minori, empresário da Webtech, teria pago propina para manutenção de um contrato de serviços de organização do acervo documental dos benefícios de aposentadorias e pensões, ativos e cessados do Estado. E ainda é investigada a compra de um terreno na avenida Beira Rio, em Cuiabá, com valores de propina.