Especial

Duas Manus e um sonho: trilhar o caminho da boa música

Reportagem especial mostra como o ensino de excelência impulsiona sonhos e carreiras em Cuiabá

8 minutos de leitura
Duas Manus e um sonho: trilhar o caminho da boa música

Muitos artistas apresentam a sua vocação ainda na infância. Um trecho do filme “Amadeus” retrata um Mozart ainda pequenino executando e escrevendo peças musicais que muitos adultos de qualquer época jamais teriam a capacidade de reproduzir ou compor. Desde cedo, esse menino conquistou a Áustria e, mais tarde, o mundo.

Em Cuiabá não temos o “Amadeus”, mas temos “As Manus”, duas meninas que compartilham não só o mesmo apelido, mas o mesmo sonho – ser uma grande artista e conquistar milhares de fãs.

Uma se chama Emanuela Xavier e a outra Manuela Beltrão.

Entre a realidade e o sonho existe uma longa estrada. Para pavimentar esse caminho, ambas também possuem a paixão pela música – e a escola de música Bateras Beat Cuiabá é outro ponto em comum. Esta reportagem é somente um pedaço dessa estrada sendo construída.

Manu Xavier

Desde criança, Manu Xavier já demonstrava claras inclinações naturais à música. “Quando eu aprendi a falar, eu já estava cantando”, disse ela. Acrescenta que nunca se viu fazendo outra coisa fora da música e do mundo artístico.

Do descobrimento de seu amor por essa arte até a intimidade com o microfone e com o público, a adolescente tinha certeza de seu objetivo.

Manu Xavier é multi-instrumentista: canta, toca violão, ukulele, guitarra, baixo, bateria e piano. Foi aprendendo um novo instrumento por vez desde muito nova, até que aos 14 anos começou a fazer aulas de canto e guitarra no Bateras Beat Cuiabá.

Enfatizou logo de início a seus professores Helberth e Raphael Rabello que gostaria de ser profissional, não tratando a música como um simples hobby. Raphael, seu professor na época, comenta: “É sempre gratificante encontrar alguém que queira seguir a mesma profissão que a nossa, e ouvir isso motiva mais do que nunca a buscar excelência no ensino”.

O Bateras tem por princípio metodológico colocar os alunos para tocar – o clássico “mão na massa”.  E Manu Xavier participou durante anos dos eventos da escola. Para ela, os mais marcantes foram as apresentações intituladas “Ensaio Aberto” e “Rock Fest”.

Confira a Manu Xavier falando mais da sua história:

YouTube video

Idyllwild e Berklee

Em 2019, buscando concretizar seu próprio desejo de estudar música fora do Brasil, Xavier enviou uma audição como pedido de admissão para a Idyllwild Arts Academy, situada na Califórnia, EUA. Ela ressalta o imenso apoio por parte de seus professores do Bateras nesse processo todo.

No começo de 2020 ela recebe a resposta: fora aceita na academia de artes. E meses depois, a jovem recebe outra notícia: suas aulas seriam ministradas online devido à pandemia do coronavírus. Felizmente, em agosto de 2021, após se dedicar aos estudos por meio de aulas virtuais, conseguiu se mudar para os Estados Unidos para ter aulas presenciais.

Manu Xavier comenta o quão incrível foi essa imersão no universo musical. Aprendeu bateria e baixo, instrumentos que ainda não sabia tocar. Aprendeu também a produzir e a gravar suas próprias composições. “Foi o que eu vivi 24 horas por dia durante nove meses”, relatou a artista.

E não há limites para seus planos. Em agosto de 2022, Xavier dá início a sua graduação em composição e produção musical pela Berklee College of Music, em Boston, EUA – considerada por muitos a melhor faculdade de música do mundo.

Manu Beltrão

Continuando a falar sobre paixões vindas da infância, Manu Beltrão teve “amor à primeira vista” pela música. O verbo “ver” foi utilizado no lugar de “ouvir” porque tudo começou quando ela, aos cinco anos, assistiu a seu irmão mais velho tocar em um musical. Isso despertou seu caminho musical. “Desde então não saí mais desse mundo tão maravilhoso”, revela a jovem.

Quando Manu Beltrão entrou no Bateras Beat Cuiabá, em 2016, ainda era uma menina tímida que, segundo ela mesma, “morria de medo de palco”. Com as apresentações que a escola promovia, ela foi ganhando cada vez mais confiança, entendendo cada vez mais como agir no palco e aprendendo a interagir com o público.

“O Bateras teve um papel muito importante nisso, no meu desenvolvimento e amadurecimento como intérprete, como artista, além de ter me ajudado a me desenvolver tecnicamente com as aulas que eu frequentava”, lembrou Beltrão.

Ela faz questão de lembrar de toda a ajuda dada por seus tutores. Sua professora de piano, Stela Echeverria, fez com que ela compreendesse melhor o instrumento para utilizá-lo em suas próprias composições. Outros que receberam seus agradecimentos foram Raphael Rabelo – pelas aulas teóricas que a ajudaram a passar no vestibular da Souza Lima – e Helberth Silva – pelos anos de acompanhamento e desenvolvimento da técnica vocal e artística.

Da mesma forma, o diretor da escola recebeu seus agradecimentos e elogios: “sou muito grata também ao Fabrício Roder, que sempre me apoiou e ofereceu todo o suporte possível para eu seguir em frente como música e artista”.

E finalizou: “Gratidão eterna a vocês e a todos da equipe do Bateras, que sempre foram tão carinhosos e mostraram tanto apoio desde o início”.

Poucos dias antes de este texto ser escrito, Manu Beltrão lançou o clipe de sua nova música “What A Coincidence”.  Segundo a jovem, o vídeo traz um jogo de branco e preto para representar, respectivamente, a leveza e a pureza trazidas pelo romantismo e o sofrimento e a angústia trazidos por um relacionamento problemático que ressurge do passado.

A produção conta com a participação “mais que especial” de Aline Fauth e Elthon D’Santos, responsáveis pela bela dança interpretativa vista no clipe.

Outra presença fundamental para a criação da música foi a do professor João Reis, também do Bateras Beat Cuiabá. Para Beltrão, Reis foi responsável por ajudá-la no início da criação da composição.

“Eu contatei o João com a letra e a melodia [de] What a Coincidence, [que ainda] não tinha nada da harmonia”, revelou Manu Beltrão.

“Com o material e as referências que entreguei para o João, ele desenvolveu as harmonias, trazendo a música à vida. Depois disso ainda gravamos as primeiras guias das músicas – já com algumas ideias de produção do João – para enviar para o Lucas Oliveira começar a produzir”.

João Reis não mede esforços em falar das habilidades de sua aluna. Ele comenta que a Manu Beltrão é uma compositora, cantora e artista muito generosa e pé no chão. “Trabalhar com ela é fácil. Ver a Manu seguindo o rumo da carreira artística de uma forma brilhante é maravilhoso. Manu me lembra por quê eu sou músico afinal”, finalizou o professor.

Confira o clipe de “What a coincidence”:

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Faculdade Souza Lima

Manu Beltrão ingressou na Souza Lima, Conservatório e Faculdade de Música em São Paulo. A instituição é referência no Brasil em ensino de música. Ela comenta com alegria o fato de estar rodeada por pessoas com os mesmos sonhos e objetivos que ela.

“Sou muito grata pelo privilégio que tenho de poder estudar lá e fazer o que eu realmente amo”, expressou a artista. “Agradeço imensamente aos meus pais por isso”.

Bateras Beat Cuiabá

O Bateras Beat, onde as duas “Manus” estudaram, é a maior franquia de escolas de música da América Latina. Em Cuiabá, ela conta com duas unidades: uma no Centro e a outra no Jardim das Américas.

O diretor da escola, Fabrício Roder, comenta que, além de buscar a excelência na sala de aula, sempre priorizou ajudar os alunos em seus projetos pessoais, dando também apoios culturais das mais diversas formas.

“Acredito que o papel da escola é trabalhar as potencialidades de cada aluno, despertando seus interesses, sonhos e desejos”, contou Fabrício. “O ensino musical vai muito além da prática do aprendizado de um instrumento: ele estimula a concentração, a memória, a socialização e inúmeros outros benefícios”.

O Bateras Beat Cuiabá é conhecido também por seus grandes eventos, em que colocam os alunos para tocar e sentir na prática como é ser um artista.

O Rock Fest, que acontece anualmente no Malcom Pub, o In Concert, que ocorre sempre nos maiores teatros de Cuiabá, e o Ensaio Aberto são algumas das apresentações promovidas pela escola.

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