Tomaz Silva/Agência Brasil
Uma auditoria feita no Porto Maravilha por ordem da prefeitura do Rio de Janeiro concluiu que o município tirou R$ 112,3 milhões da obras de infraestrutura em uma favela, o Morro do Pinto, para investir na construção do Museu do Amanhã.
A informação consta de relatório obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, que cita um aditivo feito em contrato da Concessionária Porto Novo S.A., em abril de 2012, para obras na região. Segundo o documento, a verba que iria para a comunidade foi cancelada e destinada ao museu, símbolo da gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB, 2009-2016).
A Câmara de Vereadores do Rio analisa a criação de uma CPI para investigar o caso.
A realocação de recursos intrigou a nova gestão da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), que auditou as contas do Porto Maravilha. O projeto foi uma das iniciativas de Paes para a recuperação da infraestrutura urbana, dos transportes, do meio ambiente e dos patrimônios histórico e cultural da região portuária. As obras deram à cidade uma nova orla, com um passeio à beira-mar transformado em uma das principais atrações da Olimpíada de 2016.
O Porto Maravilha é uma espécie de parceria público-privada administrada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp). Ela contratou a Concessionária Porto Novo S.A, empresa que tem como acionistas a Odebrecht Properties, do grupo Odebrecht (37,5%), a OAS Ltda (37,5%) e a Carioca Christiani-Nielsen Engenharia (25%). Todas foram citadas na Operação Lava Jato.
(Com Agência Estado)