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Deputados aprovam CPI da Copa, mas recuam sobre VLT

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Deputados aprovam CPI da Copa, mas recuam sobre VLT

Marcos Lopes/ALMT

CPI Obras da Copa

Mais de dois anos depois do início, a investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa foi aprovada por unanimidade pelos deputados estaduais, por volta das 12h30 desta quarta-feira, 26, depois de um debate com troca de farpas e acusações.

A CPI passou um ano e meio investigando irregularidades na preparação para Copa do Mundo em Cuiabá e mais seis meses engavetada, aguardando votação do relatório final. O relatório não interfere em nada na retomada das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), conforme afirmação de diversos parlamentares.

Emenda e pizza
No total, 20 dos 24 deputados registraram presença na sessão. O relatório da CPI foi aprovado por unanimidade, e a polêmica emenda apresentada pelos membros da CPI na noite anterior acabou sendo rejeitada por 10 votos a 7 depois de debates acalorados. A emenda pretendia acrescentar pedidos para indiciar diversas pessoas, devolver R$ 541 milhões aos cofres públicos e rescindir o contrato com o consórcio VLT Cuiabá.

Depois de duas sessões inteiras debatendo que consequências a emenda traria para as obras do VLT, o deputado Wilson Santos (PSDB), que deixou o cargo de secretário de Cidades para acompanhar a conclusão da CPI, afirmou que a proposta atrapalharia a retomada da obra. “Se for aprovada, essa emenda pode atrasar por mais alguns anos a obra do VLT”, disse o tucano, minutos antes da votação, e pediu à base governista que votasse contra a emenda.

Com isso, dois autores da emenda mudaram de ideia e acabaram votando contra: o líder do governo Dilmar Dal’Bosco (DEM) e o deputado Wagner Ramos (PSD). Sete parlamentares votaram a favor da emenda: Mauro Savi (PSB), Oscar Bezerra (PSB) e Silvano Amaral (PMDB), que também foram membros da CPI e autores da emenda, além do bloco de oposição, Allan Kardec (PT), Janaina Riva (PMDB), Zeca Viana (PDT) e Valdir Barranco (PT).

O presidente da CPI, Oscar Bezerra, defendia a aprovação da emenda. Apesar da rejeição, diz que não se sentiu patrolado. “O parlamento é assim mesmo”, disse. E afirmou que a CPI não acabou em pizza.

Wilson x Oscar
O debate ocupou duas horas da sessão nesta manhã e expôs rixas entre Wilson Santos e Oscar Bezerra. Wilson levou à tribuna as críticas ao relatório, apontando divergências de valores. “Na página 73 diz que é para devolver R$ 541 milhões e na página 76 fala em R$ 482 milhões”, comparou.

Oscar rebateu: “Ele tenta desqualificar o nosso trabalho quando aponta que no relatório tem dois valores, insinuando a fragilidade do relatório que ele ajudou a construir. Os valores são diferentes porque um tem multa e outro não tem multa. E ele sabe disso”, afirmou.

Também não poupou críticas a Wilson. “Eu te apoiei para prefeito de Cuiabá mas, no momento que o senhor atacou seu adversário de forma leviana, comecei a te conhecer”, disparou. “Mudou o discurso que fez por dois anos. Ele dizia que o VLT era o maior escândalo de corrupção da história de Mato Grosso. Agora, por conveniência, diz que está correto tudo o que está aí.”

Wilson teve a tréplica e disse que não participou da elaboração do relatório. “Assim como nos apoiou em Cuiabá, nosso grupo apoiou sua esposa [Luciane Bezerra] em Juara. Proporcionalmente, a região que mais tem recebido investimentos do governo Pedro Taques (PSDB) é o Vale do Arinos”, alfinetou. 

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