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Dia do Sexo: E os que preferem não fazer?

Neste dia do sexo, vamos trazer um tema que foi ficando menos falado em meio à toda essa discussão: a virgindade e os assexuais

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Dia do Sexo: E os que preferem não fazer?
(Foto: reprodução)

O dia do sexo é uma data não-oficial comemorada em 06 de setembro, pela alusão que os algarismos desse dia faz à posição sexual 69 e que foi criada a partir de uma ação de marketing de uma empresa de preservativos, em 2008.

Nos anos seguintes, continuou sendo lembrada e trouxe importantes contribuições à pauta da sexualidade levantando bandeiras, debates e discussões como a importância do consentimento, liberdade sexual, prazer feminino, entre outras questões.

Com o amplo debate, muito se avançou e ainda se tem para avançar. Porém, neste dia do sexo, vamos trazer um tema que foi ficando menos falado em meio à toda essa discussão: a virgindade e os que preferem não ter sexo.

O empoderamento feminino trouxe avanços à liberdade sexual e casar virgem foi ficando menos relevante, ao ponto de nos dias atuais, causar estranheza das pessoas àqueles que decidem optar pela virgindade.

Devemos reconhecer que a menor importância dada é muito positiva pela carga de preconceito que a mulher sofre. É importante dissociar a virgindade da questão moral. Porém, toda a liberdade sexual conquistada nos dias atuais, faz com que as mulheres que ainda optam por casar virgem, pareçam ser de outro mundo – mantendo esse tema sempre controverso.

Afinal, por que a virgindade ainda importa?

Desde a história antiga, são muitos conceitos ligados à virgindade que perpetuaram a ideia da pureza e do sagrado. Até pouco tempo atrás, colunas de fofoca especulavam sobre a virgindade das artistas. A novela Pantanal exibida pela TV Globo, traz uma personagem que não queria transar antes do casamento para não ficar “falada”. É um remake da mesma novela de 1990, mas ainda atual.

O problema da curiosidade em torno da sexualidade feminina é atrelar valores morais ao caráter da mulher. Ninguém se torna libertina por gostar de sexo, assim como, não é antiquada por querer casar virgem. A maneira como cada uma quer desenvolver sua sexualidade precisa ser vista apenas como o desejo pessoal dela própria.

É interessante perceber que a mulher está sempre sendo estigmatizada pela sua sexualidade, ainda que pareça positivo alguns atributos recebidos. A virgem é a “de família” e a sexualmente ativa recebe tantos nomes quanto se pode especular sobre suas preferências.

Atualmente, temos a religião como um dos motivos mais apresentados pelas mulheres que querem se casar virgem. Seguir um preceito religioso e iniciar a vida sexual com aquele que será seu marido é uma escolha pessoal tanto quanto para aquelas que não a seguem e deve ser respeitada.

Porém, entre tantos estigmas que todas as mulheres enfrentam, há um fato estatisticamente observado para aquelas que se mantém virgem. Ao iniciarem a vida sexual, é comum sentirem dor na relação sexual.

Apesar de serem mais presentes nas mulheres que querem casar virgem, a dor na relação sexual não é exclusiva delas. Compreende muitas mulheres e tem diferentes causas, seja de ordem fisiológica – que deve ser investigada, ou psicológica, causada pela ansiedade ou por outros motivos, elas acabam recorrendo à fisioterapia pélvica como um importante auxílio no tratamento e uma medida para conhecer o próprio corpo.

O “A” do LGBTQIAP+

Há um outro grupo de pessoas que se identificam como sendo “assexuais” e abrem mão de uma relação sexual com outro parceiro. É o “A” da sigla LGBTQIAP+, que significa: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais – Transgêneros – Travestis, Queer, Intersexo, Assexual, Pansexual e “+” das demais orientações sexuais e identidades de gênero e todos compreendam e apoiam a diversidade.

Os assexuais não são necessariamente virgens, ou tem preceitos de se casarem com esta condição. Em algum momento da vida podem ter tido, ou virem a ter, o contato sexual com um parceiro.

A assexualidade é a pessoa que tem orientação sexual, mas não tem interesse na prática sexual, seja qual for a situação. O direcionamento do desejo fica nela própria, não há atração sexual em outra pessoa.

Portanto, apesar de em algum momento poderem ter uma relação sexual, é mais comum se manterem virgens e a relação acaba sendo baseada em outras atrações ligadas mais às afinidades encontradas, ao romantismo da relação, a parceria e companheirismo em realizar atividades de interesses em comum.

Não quer dizer que os assexuais não tenham desejo, ele apenas é encarado como uma outra necessidade fisiológica e que, neste caso, pode ser resolvida com a masturbação.

A relação com um parceiro acaba sendo com outro assexual e se, por acaso, for com alguém que não se identifique com essa mesma orientação, são resolvidos com a utilização de acessórios eróticos.

Seja pela questão religiosa, orientação sexual ou simplesmente vontade própria, casar ou manter-se virgem não importa a ninguém a não ser a própria pessoa. A orientação e preferência sexual de alguém nunca devem estar atreladas às questões da personalidade da pessoa.

Também, deve-se ter cuidado com expressões como estar “fora de moda” para a virgindade ou “é moda” ser gay, ou qualquer outro gênero, já tão comumente faladas atualmente.

A sexualidade não é uma tendência seguida como moda do momento, a vontade do indivíduo é da esfera íntima e pessoal de cada um e não pode ser desprezada como se não houvesse uma escolha e um desejo a serem expressos consciente e verdadeiramente.

A invalidação do outro é sempre uma constante quando se quer combater algo que não se aceita, seja a religião seguida, orientação sexual, escolhas pessoais que em nada afetam o próximo.

O dia do sexo começou, anos atrás, com uma ação de marketing, mas tem continuado a trazer discussões e reflexões de empoderamento e liberdade sexual para todos, inclusive para aqueles que preferem não fazer, também.

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