Gastronomia

Crudivorismo: conheça a dieta que abole o fast-food, o forno e o fogão

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Crudivorismo: conheça a dieta que abole o fast-food, o forno e o fogão
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Já imaginou sua vida sem fast-food, burger, pizza ou sorvete? Sem abrir ou fechar pacotes com datas de validade e código de barras? Ou ainda, deixar de grelhar, fritar ou assar? Pode até ser um grande desafio, mas já há muita gente empenhada em livrar de sua vida os alimentos industrializados, processados, com glúten, ovos, açúcares ou farinha. Elas já nem pensam na cozinha com a mesma finalidade e, se é o caso de preparar seu alimento, elas vão é para a “cruzinha”.

É assim que a artesã Rita Vicente chama a tradicional cozinha. Sem utilizar mais o fogão ou o forno, o que compra – ou cultiva – é lavado e, logo, consumido, visto que quando cozinhamos os alimentos há perdas significativas de nutrientes. Dependendo do que quer preparar – como queijos, iogurtes ou massas – tem paciência para dedicar algumas horas a processos de desidratação ou fermentação dos alimentos.

Com base em Tangará da Serra, Rita se tornou adepta do crudivorismo. Foi em 2016 que ela passou a se dedicar integralmente à alimentação viva. “Estou prestes a me tornar crudivegana por completo, pois se não como tudo cru, pelo menos 80% dos alimentos são crus ou vivos. E por conta disso, também não como carne e tampouco uso produtos de origem animal”, ressalta. Até mesmo os cosméticos que ela utiliza já não são mais feitos por indústrias.

Com apetite voraz pelo conhecimento na área, Rita se tornou uma devoradora de livros sobre o assunto e tem se dedicado a participar de workshops e palestras que tratam do assunto. “A chef crudívera, Rita Zaberlan; o coach em alimentação consciente, Paulo Ricardo Yamacake; o médico Alberto Peribanez e a médica nutróloga Luiza Savietto são algumas das minhas principais fontes”, conta.

Rita recebeu a reportagem no Espaço Gayananda, em Cuiabá. Agora cumpre agenda em São Paulo e Minas Gerais     (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Com a vivência adquirida, ela mesma tem sido convidada para ministrar cursos. Neste mês, passou pelo Espaço Gayananda em Cuiabá – a convite de Dilineia Lara e Ana Paula Sampaio – e logo partiu para São Paulo e MG, onde realiza uma série de oficinas ensinando receitas da culinária viva. Além de sucos e refeições, ela dá dicas para o preparo de saladas e molhos, massas, iogurtes, queijos e leite vegetal.

“A proposta da alimentação viva é devolver uma vida com mais vitalidade, de despertar o indivíduo para uma alimentação mais consciente”, realça a multiplicadora. Além de ensinar o cultivo do broto de feijão moyashi e como germinar o azuki – ela revela os macetes do processo de fermentação.

Para assimilar a ideia, ela dá um exemplo: quando você come o broto, essa vida vai fazer parte das suas células. Mas se você come carne, está levando algo morto para dentro de você. Ela apodrece dentro de você”, afirma.

“No processo de fermentação conseguimos os probióticos, que são bactérias benéficas que vão equilibrar a flora intestinal e pré-digerir o alimento facilitando a digestão e a absorção dos nutrientes. Também vai repor a microbiota, que é a população de bactérias do bem que vivem dentro de você. Você dá morada a ela e ela retribui com nutrientes”, explica.

Segundo ela, os probióticos são encontrados, a exemplo, no iogurte feito à base do coco ou castanha fermentados e ainda, no kefir. O que Rita utiliza é um tipo de colônia de lactobacilos, cultivada em água e açúcar. Ela explica que o kefir que se assemelha ao iogurte é o cultivado no leite. “Mas não utilizo, por não ser produto vegano”, declara.

Outro item que não pode faltar à alimentação viva, ressalta Rita, é o suco verde de folhas variadas. “Como opções de folhas para o suco verde, costumo utilizar, chicória, ramas e folhas de abóbora, lameirão e serralha. Faça um mix de folhas e varie todos os dias para o resto da sua vida”. Para adoçar, fica a dica: a maçã substitui qualquer açúcar.

De acordo com Rita, alimentar-se bem pode mudar sua vida. “Até mesmo a depressão pode ser causada por uma intoxicação alimentar. E era esse o meu caso. Tinha quatro sintomas crônicos, como a falta de foco, memória, sonolência e fadiga. Peregrinava por consultórios psiquiátricos e não tinha forças para nada. Era uma pessoa de 80 anos aos 28. Quando descobri a alimentação viva, eu estava pesando 38 kg”, relembra.

Intuitivamente, Rita foi mudando a alimentação. “Estou há um ano sem remédios, com uma vivacidade que nunca imaginei que pudesse experimentar um dia. Não foi por ideologia ou filosofia que me tornei uma crudívora. Intuitivamente, fui me alimentando de forma consciente e o resultado é que não tomo mais remédios”, celebra. Ela nos ensina que a cura para todos os males pode estar na nossa alimentação. “E são várias as possibilidades, não há rotina na ‘cruzinha’. Existem muitas receitas crudívoras que permitem uma variedade de pratos”.

Na ocasião da entrevista, Rita serviu à reportagem bolachinha cracker e patê de beterraba com iogurte de coco, além de um delicioso suco de carambola, preparados por ela.

Para acompanhar a agenda de Rita e dicas de alimentação, curta a página Cruzinha da Rita – Culinária Viva. Informações sobre receitas ou cursos, entre em contato pelo WhatsApp: (65) 99978-8185.

Confira algumas receitas de Rita:

 

 

 

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