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Coronel Siqueira presta depoimento sobre esquema de grampos ilegais

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Coronel Siqueira presta depoimento sobre esquema de grampos ilegais

Mayke Toscano/Gcom-MT

Coronel Airton Siqueira Júnior

 

O coronel Airton Benedito Siqueira Júnior, secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), prestou depoimento nesta quarta-feira (05) no Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado para apurar os crimes de interceptações telefônicas feitas por policiais militares em Mato Grosso.

Siqueira foi secretário chefe da Casa Militar entre agosto de 2015 e o início deste ano, quando foi remanejado para a Sejudh. Ele foi ouvido na condição de testemunha e esteve acompanhado de seu advogado, Paulo Taques, que era chefe da Casa Civil e deixou o cargo quando as denúncias de grampos vieram à tona

O militar foi citado pela sargento Andrea Pereira de Moura Cardoso como o responsável por montar uma central de escutas num escritório no Centro de Cuiabá. Na semana passada, em entrevista à imprensa, Siqueira confirmou a versão da sargento e frisou que não houve crime nas ações conduzidas da Casa Militar.

Os coronéis Evandro Lesco e Ronelson Barros, presos por decisão do desembargador Orlando Perri no último dia 23 de junho, também já foram ouvidos e negaram participação no esquema, conhecido como barriga de aluguel. Eles respondem pelos cargos de secretário-chefe e adjunto, respectivamente, da Casa Militar, mas estão afastados desde que foram presos.

Na ocasião, também foram detidos o tenente-coronel Januário Antônio Batista, comandante do 4º Batalhão em Várzea Grande, e o cabo Euclides Torezan, cedido ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Todos foram presos por suposto envolvimento nos crimes de escutas telefônicas ilegais.

Barriga de aluguel
A denúncia de grampos ilegais veio à tona em dia 11 de maio, quando o então secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, pediu exoneração do cargo. O esquema teve início nas eleições de 2014, quando Silval Barbosa (PMDB) era governador e Pedro Taques (PSDB) disputava as eleições. Em 2015, depois da vitória de Taques, novos nomes foram incluídos e o esquema teria durado até o final daquele ano. A manobra é conhecida como barriga de aluguel: números de pessoas comuns, sem qualquer ligação com uma investigação, são colocados num pedido de quebra de sigilo à Justiça.

Em 23 de maio, o coronel e ex-comandante-geral da PM Zaqueu Barbosa e o cabo Gérson Luiz Ferreira Júnior também foram presos por decisão de ofício do juiz Marcos Faleiros. Eles foram apontados pelo magistrado como um dos supostos mandante e como o responsável pela elaboração e assinatura dos relatórios de inteligência sobre as interceptações ilegais. Ambos negam irregularidades.

No esquema, números da deputada estadual Janaína Riva (PMDB), do ex-vereador Clovito Hugueney (falecido), do desembargador aposentado José Ferreira Leite, do jornalista José Marcondes “Muvuca”, do advogado eleitoral ligado ao PMDB José do Patrocínio, de médicos, de uma ex-amante de Paulo Taques, e outras pessoas aparecem na lista. Um telefone utilizado por uma investigadora do Gaeco também teria sido grampeado.

As denúncias foram feitas pelo promotor e ex-secretário de Segurança Pública (Sesp) Mauro Zaque – ele afirma ter avisado o governador Pedro Taques, por diversas vezes, sobre os grampos. O governador afirmou que denúncias verbais eram “fofoca” e que a documentação com a denúncia nunca chegou às suas mãos.

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