Os produtores de algodão tiveram, em abril, um novo “aperto”. Neste período, o custo operacional na lavoura ficou 0,83% mais alto, se comparado ao mês de março. Para se produzir um hectare, os cotonicultores do estado precisaram desembolsar R$ 9.015,96.
A alta está ligada à elevação do dólar que influenciou, principalmente, nos insumos. Os que tiveram maior impacto foram os defensivos e a semente do algodão.
Para cobrir suas despesas, os produtores de algodão devem negociar a pluma “a um preço médio de R$ 78,70, por arroba”. É o que o indica o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A paridade de julho de 2020, no entanto, vem superando os custos, com média em maio de R$ 100,45, por arroba.
Soja
De acordo com os dados de abril de 2019, o custo variável do plantio da soja ficou em R$ 3.150,27, por hectare, enquanto o custo operacional fechou o mês a R$ 3.497,33, por hectare. Alta de 0,78% e 0,73%, respectivamente, se comparado ao mês de março.
A desvalorização da soja em abril e a diminuição no frete dos fertilizantes fizeram com que as variações do custo não fossem ainda maiores. Segundo o Imea, os componentes que sofreram maior aumento, foram os defensivos, com valorização 1,79% no mês, puxados principalmente pelos fungicidas.
Milho
Na segunda parte deste mês, o preço do milho sofreu uma recuperação no mercado interno. Até o momento, a alta foi de 13,22%. Sendo assim, a saca da safra 19/20 atingiu R$ 24,22.
“A alta se deve, principalmente, à recuperação da bolsa de Chicago, que chegou a cotar US$ 4,34, por bushel, nos últimos dias, motivada pelo atraso recorde na semeadura do cereal para a safra 19/20 dos EUA”, justifica o Imea.
Além dos ganhos na bolsa de Chicago, o dólar chegou a custar R$ 4,11 em virtude das indecisões na reforma da previdência brasileira e os conflitos comerciais entre a China e os EUA.
Dessa forma, com a bolsa de Chicago e o dólar em recuperação, é importante que o produtor mato-grossense esteja atento às oportunidades que podem surgir para negociar a próxima safra do cereal.
Carne
O aumento da procura por animais para confinamento motivada pela intenção do produtor engordá-los a tempo de conseguir o pico do preço da arroba, em outubro, causaram aumento no preço dos animais na última semana.
Segundo o Imea, foi observado um incremento significativo nos preços dos animais de reposição na média estadual. Isto é, 7,09 % no garrote, 8,57 no boi magro e 8,57% na vaca parida com bezerro no pé.
Por outro lado, “com a valorização dos preços destas categorias, os recriadores aumentaram as compras de fêmeas, como as bezerras e novilhas, pois estão com preços mais compensatórios”, aponta o Imea
Essa conjuntura é interessante para o criador, pois esse movimento do contínuo descarte das fêmeas pode seguir sustentando a alta dos animais de reposição. Porém, é válido que o recriador analise que o mesmo efeito pode ser desfavorável aos custos a longo prazo.