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Com “distritão”, seis vereadores de Cuiabá e quatro deputados não teriam sido eleitos

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Com “distritão”, seis vereadores de Cuiabá e quatro deputados não teriam sido eleitos

Ednilson Aguiar/O Livre

Câmara Municipal de Cuiabá

Na Câmara Municipal de Cuiabá, até o presidente não teria sido eleito

Se o voto no modelo distritão estivesse em vigor na eleição passada, seis dos atuais 25 vereadores de Cuiabá não teriam sido eleitos em 2016 – inclusive o presidente da Câmara, Justino Malheiros (PV). Na bancada federal e estadual o impacto do distritão teria sido menor – um deputado federal e três deputados estaduais teriam ficado de fora do parlamento.

No distritão, os votos de deputados e vereadores passam a ser majoritários – ou seja, os mais votados dentre os candidatos de todos os partidos são eleitos. O modelo foi aprovado pela comissão especial de reforma política da Câmara Federal, mas ainda precisa passar pelo plenário para passar a valer. Se for aprovado e sancionado até o dia 7 de outubro, entrará em vigor na eleição de 2018.

O distritão significa o fim do sistema proporcional, no qual o que conta são os votos de cada chapa e o quociente eleitoral (divisão do número de votos válidos pelo número de vagas no parlamento). Atualmente, se uma coligação ou partido atinge uma votação equivalente a cinco vezes o quociente eleitoral, conquista cinco cadeiras: elas serão preenchidas com os cinco candidatos mais votados dentro daquela chapa. 

No distritão, os votos de deputados e vereadores passam a ser majoritários – ou seja,
os mais votados dentre os candidatos de todos os
partidos são eleitos

Bancada municipal
Na Câmara de Cuiabá, que foi renovada na eleição de 2016, seis das 25 cadeiras estariam preenchidas por pessoas diferentes se já fosse adotado o distritão.

O presidente do Legislativo, Justino Malheiros, que foi o 26º candidato a vereador da capital mais votado, teria ficado com o posto de primeiro suplente.

Além dele, também teriam ficado de fora Marcos Veloso (PV), Abilio Junior (PSC), Sargento Joelson (PSC), Orivaldo da Farmácia (PRP) e Wilson Kero Kero (PRP).

Por outro lado, se houvesse distritão em 2016, alguns vereadores que não conseguiram se reeleger teriam garantido seu mandato. É o caso da ex-vereadora Lueci Ramos (PSDB), além de Maurélio Ribeiro (PSDB) e Adilson Levante (PSB). Teriam se elegido também Néviton Fagundes (PRB), Beto Correa (PSB) e Fabinho Promoções (PSB).

Vereador apoia distritão

Em entrevista ao LIVRE, Justino Malheiros se disse favorável ao distritão mesmo com o impacto que o modelo poderia ter tido em sua candidatura. “Os representantes do povo têm que ser os mais votados”, declarou. O vereador afirmou que o voto proporcional foi importante para um processo de transição da política brasileira, para superar o coronelismo, mas disse que a sociedade está pronta para dar um novo passo.

“Com a fiscalização que o Ministério Público e a Justiça Eleitoral conseguem fazer hoje, é possível evitar abusos de quem tem mais dinheiro para investir na campanha”, disse.

Justino alertou ainda que é preciso tomar cuidado para que a mudança no sistema de votação não sirva apenas para favorecer os que já estão no poder. “Dá a impressão que os deputados federais estão tentando salvar a própria pele. Afinal, quem tem mais estrutura é quem está no exercício do mandato”, concluiu.

Ednilson Aguiar/O Livre

Vereador Justino Malheiros

No 26º lugar dentre todos os candidatos a vereador, Justino Malheiros não teria sido eleito


Bancada federal

Pelo distritão, a bancada federal de Mato Grosso manteria sete dos oito deputados eleitos em 2014 e teria apenas uma alteração – o menos votado, Valtenir Pereira (então no PROS, hoje no PSB), com 62.923 votos, ficaria de fora. No lugar dele, teria sido eleito o Procurador Mauro (PSOL), com 84.208 votos.

Apesar de ter sido o sétimo mais votado no estado, Mauro não obteve quociente eleitoral suficiente para se eleger. Para conseguir uma vaga na Câmara, a coligação do socialista teria que ter obtido 181.826 votos.

Bancada estadual
Na bancada estadual, haveria três alterações em relação aos 24 deputados da Assembleia eleita em 2014: o coronel Pery Taborelli (PSC) e o professor Adriano Silva (PSB), que hoje são suplentes, estariam eleitos. Gilmar Fabris (PSD), que também era suplente, mas se tornou titular de uma vaga com a morte de Walter Rabello (PSD), também teria se elegido, pois foi o 20º mais votado.

Desse modo, com a morte de Rabello, o suplente Meraldo Sá (PSD), 25º mais votado do Estado, teria se tornado titular.

Por outro lado, teriam ficado de fora José Carlos do Pátio (SD), Saturnino Masson (PSDB) e Silvano Amaral (PMDB), respectivamente os 26º, 28º e 31º mais votados.

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