Sumaia Villela/Agência Brasil
Em mais de 99% dos testes, a produção do vírus diminuiu com a 6MMPr
Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco descobriram uma substância que pode bloquear a produção do vírus Zika em células epiteliais e neurais. A doença está associada a alguns casos de microcefalia em bebês.
Em mais de 99% dos testes a produção do vírus diminuiu com a 6-metilmercaptopurina ribosídica (6MMPr), usando diferentes dosagens e tempos de reação.
Os testes foram realizados in vitro pelo Departamento de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco. O próximo passo da pesquisa é uma avaliação in vivo, ou seja, feita em um organismo vivo.
O estudo a respeito da (6MMPr) foi publicado na última sexta-feira (11) na revista International Jornal of Antimicrobial Agents, mas a instituição divulgou nesta terça-feira (15/08) a descoberta.
O estudo também identificou que a 6MMPr é menos tóxica para as células neurais, uma boa notícia para futuros tratamentos de infecções no sistema nervoso.
“Diante das manifestações neurológicas associadas ao vírus Zika e os defeitos congênitos provocados pelo mesmo, o desenvolvimento de antivirais seguros e efetivos são de extrema urgência e importância”, afirma o coordenador da pesquisa, Lindomar Pena, conforme texto enviado pela Fiocruz.
A investigação da substância começou há um ano, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe).