A vereadora Edna Sampaio (PT) perdeu o mandato pela segunda vez, em nova votação do caso de desvio de finalidade de verba indenizatória (VI). O relatório da comissão processante foi votado nesta quinta-feira (6) e recebeu 19 votos a favor e 1 contra. Cinco vereadores não participaram da votação.
Edna deixará o cargo a 6 meses do fim do mandato. A comissão processante entendeu que a vereadora cometeu a infração de quebra de decoro ao cobrar repasses de mensalidades da VI.
A denúncia que embasou a investigação parlamentar aponta que Edna recebeu ao menos R$ 20 mil no fim de 2022, a soma de quatro mensalidades de R$ 5 mil que a Câmara dos Vereadores havia pagado à então chefe de gabinete Laura Natasha Abreu.
A verba indenizatória é um dinheiro que a Câmara paga aos chefes de gabinetes para cobrir as despesas do cargo no gabinete. O regimento interno da Câmara diz que o pagamento é intransferível para outra pessoa além do responsável pela chefia.
Laura Natasha Abreu apresentou em depoimento comprovantes de transferências bancárias do dinheiro. A conta estava em nome da própria vereadora, mas as cobranças eram feitas pelo seu marido, William Sampaio, mensalmente.
Sem manifestação
A defesa de Edna Sampaio adotou a estratégia de não se manifestar na comissão processante. O responsável caso, vereador sargento Vidal (MDB), disse que Edna não compareceu a nenhuma audiência para acompanhar as testemunhas nem se pronunciou no tempo aberto exclusivamente para a sua defesa.
Hoje, a Procuradoria do Legislativo informou que a vereadora recebeu apenas duas notificações da comissão. Ela teria sido orientada por seus advogados a não confirmar as entregas, e eles também as rejeitaram.
Ainda conforme a Procuradoria, em todas às vezes Edna Sampaio foi encontrada em seu gabinete na Câmara de Cuiabá. Na sessão de hoje, ela não compareceu em plenário e manteve a estratégia quando foi aberto novo tempo para a sua defesa.