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BR-163 se transforma em atoleiro e interrompe escoamento de grãos

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BR-163 se transforma em atoleiro e interrompe escoamento de grãos

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Cerca de três mil carretas estão paradas em um atoleiro formado na rodovia BR-163, entre os municípios de Trairão e Novo Progresso, no Pará. A rota é uma das mais importantes para o escoamento da produção de grãos de Mato Grosso que rumam para os portos do Norte do país.

A fila de caminhões chegou a 50 quilômetros, conforme contou ao LIVRE o vice-prefeito de Novo Progresso, Gelson Dill. “Tentei fazer o trecho no último domingo, mas foi impossível”, disse. Segundo o vice-prefeito, a situação mais crítica se estende por cerca de 15 quilômetros. “Há vinte dias estamos vivendo esse colapso no transporte de grãos”.

São 80 quilômetros de estrada de chão que os caminhoneiros demoram de quatro a cinco dias para percorrer. Em razão da piora nas condições da rodovia, a situação dos motoristas está cada vez mais complicada e há dias ninguém sai do lugar, detalha Dill. “Não há como os caminhoneiros seguirem viagem, muitos estão parados há dez dias. Já estão sem dinheiro para sustentar o andamento da viagem, sem condições de higiene nem comida”.

Na cidade vizinha, Trairão, a prefeitura decretou situação de emergência. O decreto aponta que o trecho não asfaltado da Cuiabá-Santarém está intrafegável e pelo menos cinco comunidades estão sem acesso à sede do município. “Nestas cidades o atoleiro causa desabastecimento, faltam alimentos, combustível e água”, diz o documento.

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), uma equipe do órgão está na região para liberar a rodovia, mas a chuva prejudica o trabalho.

O coronel Cantuária, da Defesa Civil do Pará, informou ao LIVRE que sua equipe está na região ajudando os trabalhos do DNIT. Ele explica que existem patrulhas do governo federal nesses locais tentando liberar o trecho, mas em razão da grande umidade o solo permanece molhado. “Aqui chove todos os dias, mas como o fluxo de carretas é muito intenso a gente acaba liberando e em seguida a rodovia já não aguenta mais. Não dá tempo de solidificar”, justifica.

Segundo ele, os trabalhos das patrulhas deverão ser intensificados e o controle de saída e entrada de carretas vai continuar. Em vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver o desabafo de alguns motoristas.

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Revolta

Em repúdio à situação da rodovia, alguns caminhoneiros começaram a despejar a safra de soja em meio ao lamaçal, conforme foto enviada ao LIVRE. Procurada para informar sobre os possíveis prejuízos causados pela péssima condição da BR-163, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) prometeu divulgar uma nota amanhã (24).

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