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Após dez meses desaparecidas, contas de ex-prefeito de Sinop são aprovadas

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Após dez meses desaparecidas, contas de ex-prefeito de Sinop são aprovadas

Uma celeuma se instaurou na tarde desta quinta-feira (22) na Câmara Municipal de Sinop (500 Km de Cuiabá) após entrar na pauta da Casa a votação de julgamento das contas de 2016 do ex-prefeito Juarez Costa – eleito no último pleito como deputado estadual. O imbróglio se deu principalmente porque os documentos referentes às contas do ex-gestor ficaram desaparecidos por 10 meses, sendo apresentadas apenas do dia 21 de dezembro de 2017.

O vereador Ícaro Frâncio Severo (PSDB) apresentou um requerimento solicitando a suspensão da votação das contas devido ao desaparecimento dos documentos e a não realização do trâmite correto.

“É muito estranho um documento protocolado no dia 17 de janeiro de 2018 ser apresentado apenas em novembro de 2018. Além disso, o documento ainda não ficou à disposição da sociedade como manda a lei federal. Outro grande fator de estranheza é que o Tribunal de Contas fez duas considerações, considerando faltas graves e gravíssimas nas contas de Juarez e, de repente, elas sumiram. Como isso? Se faltas graves e gravíssimas não são consideradas nada, nós vamos precisar de faltas intergaláticas para levar isso a sério?”, questionou duramente o parlamentar.

Apesar da posição dura de Ícaro, o presidente da Câmara, Ademir Bortoli (MDB), desconsiderou o requerimento, deixando até mesmo de colocar o pedido do parlamentar em votação, o que gerou um desconforto entre a bancada de oposição e o grupo de Juarez.

“As contas tiveram, sim, as ressalvas, mas depois foram aprovadas pelo Tribunal. Os vereadores tiveram 40 dias para analisar tudo, então o requerimento não era condizente”, disse o presidente explicando os motivos de ter ignorado pedido de Severo.

Sobre o sumiço da documentação, Bortoli explicou que um funcionário de carreira da Casa teria recebido a documentação e protocolado a mesma sem passá-la adiante.

“Nós abrimos, inclusive, uma sindicância interna para apurar as causas dos sumiços e as possíveis irregularidades contidas neste ato”, pontuou. Bortoli ainda alegou que a fala de Ícaro em relação ao sumiço e o requerimento teria sido uma “ação politiqueira”. “Eles tiveram tempo para analisar as contas que tiveram o parecer favorável. Vir com essa agora, por que? Acredito, sim, ser um ato politiqueiro”, esbravejou.

Ainda sobre o desaparecimento da documentação na Casa, a hipótese de ter sido uma manobra para beneficiar a campanha de deputado federal de Juarez – uma vez que, com as contas reprovadas, o então candidato poderia ter seu nome vetado na disputa – Bortoli alegou não ser possível. “A documentação sumiu sim, mas apareceu ainda no período eleitoral”.

Ainda antes de ser colocado em votação, Ícaro também salientou que, no caso de aprovação das contas pela Câmara e uma futura apuração identificar alguma irregularidade, o ato da votação poderia ser anulado.

Mesmo com a aprovação final os vereadores Ícaro Frâncio Severo (PSDB), Dilmair Callegaro (PSDB), Adenilson Rocha (PSDB) e Leonardo Visera (PP), foram contrários a aprovação das contas de Juarez Costa.

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