Ednilson Aguiar/O Livre
O pré-candidato a governador e conselheiro Antonio Joaquim criticou a Caravana da Transformação, afirmando que o gasto com o evento é muito alto e não resolve o problema da saúde nos municípios. Trata-se do principal evento realizado pelo governo Pedro Taques (PSDB), que periodicamente leva um pacote de serviços de cidadania a algumas cidades do interior, além de cirurgias de catarata. Nesta semana, a Caravana ocorre em Tangará da Serra.
“É verdade que a Caravana ajuda as pessoas, faz cirurgias”, reconheceu, em entrevista coletiva. “Mas é incoerente: o governo vai em Sorriso na Caravana, fica três dias, faz cirurgias. Aí sai e deixa o hospital fechado, um posto de saúde que não funciona. Esse é o mundo real. A Caravana é uma eventualidade. Então é melhor enfrentar o mundo real do que tentar colocar band-aid numa cicatriz de 50 centímetros”, afirmou.
Ele criticou também a despesa que o governo tem com a Caravana. “Precisava desse aparato todo? Quantos aviões voam para essa Caravana? Quantos secretários vão de avião, ou carro? Quanto gastam de diária? O Ministério Público tem que ter muita atenção sobre isso”, disse.
Propostas
O conselheiro está prestes a se aposentar do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e anunciou que vai se filiar ao PTB depois da publicação da sua aposentadoria do cargo, para tentar viabilizar sua candidatura a governador. Ele afirmou que, no seu eventual governo, continuaria levando serviços ao interior do Estado, porém, sem usar o aparato estatal.
“A Fiemt (Federação das Indústrias de Mato Grosso) não faz isso? A TVCA, a Gazeta não fazem? No meu governo, eu juntaria todo mundo e daria 20% do que é gasto hoje, e eles vão fazer 200% mais do que eles fazem. Isso é papel deles. Eu [como governador] tenho que cuidar do hospital e posto de saúde e resolver o problema”, disse.
Ele já adiantou que uma das suas propostas para melhorar a saúde será aumentar de 12% para 17% o percentual da receita gasto no setor. “Claro que isso não resolve. Mas tem que botar dinheiro porque hoje tem um déficit de R$ 500 milhões. Tem que melhorar a gestão, municipalizar a saúde, estimular consórcios para comprar medicamentos”, disse.