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Acusado de favorecer ministro e grileiros, Pedro Taques aponta omissão do MPE

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Acusado de favorecer ministro e grileiros, Pedro Taques aponta omissão do MPE

 

Mayke Toscano/Gcom

Taques e Eliseu Padilha

Pedro Taques foi acusado por procurador de favorecer Eliseu Padilha

O governador Pedro Taques (PSDB) acusou o Ministério Público Estadual (MPE) de ter se omitido nos últimos 20 anos em relação à ocupação irregular no Parque Estadual da Serra de Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade (540 km de Cuiabá). Segundo o gestor, o MPE decidiu agir somente agora, em seu governo. A declaração veio depois de o procurador-geral em exercício, Luiz Alberto Esteves Scaloppe, acusar Taques de colocar a Procuradoria Geral do Estado (PGE) a serviço de “grileiros” e de ceder a interesses pessoais do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que tem uma fazenda na região.

 “Eu quero expressar ao Ministério Público o meu respeito, mas a unidade de conservação Ricardo Franco foi criada no governo Dante, há 20 anos. Quero saber porque o MP não fez nada de lá até aqui. Por que agora fez, e fez corretamente? Por que que não fez antes?”, questionou Taques, em entrevista coletiva no sábado (28/01), durante a Caravana da Transformação, em Jaciara (140 km de Cuiabá).

 O tucano destacou que a ação teve início por decisão do Poder Executivo. “O nosso governo é que tomou providências para resolver a questão fundiária da Serra Ricardo Franco. Há 20 anos, o Estado devia tomar providências, e a ação foi ajuizada pelo Estado de Mato Grosso”, afirmou. Em seguida, ao ser questionado se o MPE tinha sido omisso, ele preferiu não responder. “Não vou adjetivar. Eu gosto mais de substantivo que de adjetivo”, declarou.  

 Em dezembro, a PGE conseguiu suspender uma liminar que obrigava o Estado a concluir a implantação da unidade, criada no papel há 20 anos. O recurso foi proposto logo depois que a promotoria conseguiu bloquear bens dos ocupantes irregulares no valor R$ 949,5 milhões, para assegurar a recuperação de áreas degradadas no parque. A fazenda Paredão 1, que pertence a Eliseu Padilha, está entre as 51 apontadas pela promotoria como áreas de ocupação irregular no parque. 

 O governador disse que recorreu à Justiça para não prejudicar nenhum dos ocupantes da área, inclusive, pequenos produtores, e que o recurso não tem relação com o fato de o ministro-chefe de Michel Temer (PMDB) ser um dos fazendeiros. “Temos trabalhadores ali e não só grandes proprietários. Queremos a coisa certa. Não queremos prejudicar quem quer que seja”, declarou.

 Mesmo rebatendo a posição do procurador, Taques evitou tecer críticas pessoais. “Scaloppe é meu amigo, foi meu professor, é uma grande pessoa e um grande promotor de Justiça. Eu não vou bater boca com Scaloppe, uma pessoa que eu respeito, que tem história em Mato Grosso. Não concordo com a posição dele. Eu sou governador do Estado de Mato Grosso, tenho que cumprir a lei, estou cumprindo a lei. E o MP que tome a providência que entender necessária”, concluiu. 

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