Valdir Barranco (PT) concorre à vaga ao Senado na eleição suplementar. O deputado estadual está na metade do segundo mandato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e já foi prefeito em 2004.
Vindo com a família do Paraná em 1983, ao fim da onda militar de colonização do Centro Oeste do Brasil, também já foi trabalhador do campo e professor no ensino básico, áreas que ele considerada formadoras de suas tendências políticas.
A inspiração mais próxima foi o pai, um pequeno agricultor que participou de movimentos sindicalistas no fim do regime militar. O mais distante, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja trajetória política na década de 1990 coincidiu com a adolescência e juventude do candidato.
“Meu pai sempre participou ativamente das ações de defesa do pequeno agricultor, sempre foi sindicalista. E ele sempre ficava com o rádio ligado, ouvindo as notícias sobre a política, com voto fiel ao Lula. Cresci neste ambiente, então não teve como sair disso”, ele lembra.
A afinidade levou Barranco a fundar o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em Nova Bandeirantes (1.020 km de Cuiabá), município onde sua família se instalou em alguns alqueires de terra.
A formação em Biologia o levou a dar aula no ensino público. Em seguida saltou para secretário municipal em 2000 e para prefeito 2004. O cargo posterior foi de superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e chegou à Assembleia Legislativa em 2014.
Barranco classifica o discurso de divisão política como “engodo” que ajudou a eleger o presidente Jair Bolsonaro, passando pelo ex-juiz federal Sérgio Moro que, diz ele, teria usado sua posição no Judiciário para tirar Lula da eleição de 2018.
Diz que sua eleição ao Senado equilibraria a representação política de grupos políticos. Hoje, os senadores em exercício estariam na representação de grandes empresários e do agronegócio.
“Eu quero lutar pelo pequeno agricultor, que precisa usar enxada e tem os trabalhos mais desgastantes. Quero representar o professor, que luta para formar nossos filhos e não tem nenhum reconhecimento pela classe política”, afirmou.