A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) revogou a cobrança de passaporte vacinal para funcionários e alunos. A medida foi adotada após um pedido apresentado ao Conselho Universitário que argumentou, dentre outras justificativas para o fim da cobrança, os altos índices de evasão, não matrícula e trancamento dos inúmeros cursos da instituição.
A votação que decidiu pela revogação aconteceu nessa quinta-feira (05) e contou com pelo menos 80% de aprovação dos votantes.
A provocação foi apresentada em um ofício ao qual O LIVRE teve acesso e que foi encaminhado pela Coordenação do Curso de Medicina Veterinária ao Conselho Universitário (Consuni). O documento pontua algumas considerações que embasaram o pedido.
“Considerando os altos índices de evasão, não matrícula e trancamento dos inúmeros cursos da UFMT”, porém, o documento não detalha esses números. “Considerando que os alunos conseguiram realizar sua matrícula, mesmo sem ter apresentado o comprovante vacinal previamente, […] Considerando que inúmeras pessoas do público externo frequentam a universidade e adentram suas instalações sem apresentar qualquer tipo de comprovante vacinal; […] Considerando que demais órgãos públicos e de ensino não estão mais cobrando comprovação vacinal”, elenca o ofício datado de 26 de setembro.
Análise do pedido
Em sua avaliação, o Consuni resgata um processo anterior onde consta uma manifestação de 28 coordenadores de curso que apresentaram o quantitativo ou percentual de discentes que até o momento não estariam em “situação regular”, conforme a resolução. Ou seja, não teriam apresentado o passaporte vacinal.
A análise do Conselho pontua ainda que diversos coordenadores destacaram também o “desconforto acerca da situação de suspensão das matrículas, bem como, questões relacionadas a dificuldades do sistema de registro de informações para fins de comprovação pelos discentes.”
O relatório do Consuni destaca que ao considerar as informações juntadas ao processo pelos coordenadores de curso de graduação que não conseguiram registrar suas manifestações “tem-se que o percentual de discentes que até o momento não apresentaram o comprovante vacinal não é expressivo”. O número total ou a representação em porcentagem não é indicada pelo documento.
O voto da conselheira Sheila Cristina Ferreira Leite pontuou ainda que outras universidades já tomaram a medida de revogação como a UFF, UFPR, UFJF e a UFAL, diante do cenário vacinal local, onde os números de vacinados já são acima de 70%, assim como em Mato Grosso.
Máscaras facultativas
Na segunda-feira (3), o Consuni divulgou a flexibilização do uso de máscaras dentro do campus. Agora, é facultativo.