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TJ encaminha “devassa” em escutas para desembargador Orlando Perri

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TJ encaminha “devassa” em escutas para desembargador Orlando Perri

O Tribunal de Justiça recebeu dos juízes de varas criminais um levantamento sobre escutas telefônicas autorizadas judicialmente no Estado desde 2014 e encaminhou o resultado para apuração. Nesta segunda-feira (29), o pleno do tribunal decidiu que a investigação ficará a cargo do desembargador Orlando Perri. O objetivo é saber se, nos pedidos de interceptações, foram inseridos números de pessoas que não eram investigadas. O esquema é conhecido como “barriga de aluguel” e ocorreu na comarca de Cáceres.

O presidente do Tribunal de Justiça, Rui Ramos, havia determinado uma espécie de devassa em todas as autorizações judiciais para escuta telefônica. Outro procedimento, desta vez na Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ-MT), ainda apura as decisões judiciais e a atuação dos juízes Jorge Alexandre Ferreira e Rosângela Zacarkim dos Santos no caso envolvendo os policiais militares ligados à Casa Militar.

Até o momento, foram identificadas escutas ilegais realizadas desde o período eleitoral de 2014 até o final de 2015. O esquema foi denunciado pelos promotores de Justiça Mauro Zaque e Fábio Galindo que, à época dos grampos, respondiam como secretário e adjunto da pasta de Segurança Pública do Estado. Na última terça-feira (23), o coronel Zaqueu Barbosa e o cabo Gérson Ferreira Júnior foram presos por uma decisão de ofício do juiz Marcos Faleiros sendo indicados como mandante e executor do esquema, respectivamente.

Em uma investigação que apurava a atuação de policiais militares no tráfico de drogas na região de Cáceres, foram incluídos telefones de pessoas que não tinham relação com os crimes. Já foram reveladas interceptações de números pertencentes à deputada estadual Janaína Riva, ao jornalista José Marcondes “Muvuca”, ao desembargador aposentado José Ferreira Leite, ao advogado eleitoral do PMDB José do Patrocínio, médicos, e outros profissionais. Uma ex-amante do ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques também teve seu telefone grampeado – ele deixou o cargo no dia 11, quando uma reportagem do Fantástico esteve em Cuiabá realizando entrevistas sobre o caso.

Na semana passada, o Ministério Público divulgou que um dos números grampeados pertencia ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que à época investigava crimes nas operações Metástase, Chacal, Seven e Rêmora.

Segundo a denúncia feita pelos promotores, o governador Pedro Taques (PSDB) tinha conhecimento sobre o caso, tendo sido avisado diversas vezes segundo Mauro Zaque. O governador afirma, contudo, que nunca foi informado de maneira oficial, definiu os avisos do promotor como “fofoca” e diz que o protocolo apresentado por Zaque é uma fraude.

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